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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Poesia: “Entra ano e sai ano e nada vem O sertão continua ao Deus dará”, um mote glosado por Ivanildo Vilanova e Geraldo Amâncio

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Fotos: Imagens/internet


 "Entra ano e sai ano e nada vem 
O sertão continua ao Deus dará”

Sertanejo não tem mais por quem chame
Não terá como nunca teve antes
Porque todos os seus representantes
São barões e filhinhos de madames
Passeando em Brasília e em Miami
Ipanema, Gramado e Guarujá
Muito longe do voo do carcará
Tão distantes da sombra do moquém
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará*

Todo ano os recursos são criados
Pra salvar o nordeste brasileiro
Mas, ninguém ver a cor desse dinheiro
Muito menos os pobres flagelados
Os bilhões e bilhões são desviados
Com farinha, feijão, arroz e chá
Fica tudo nas mãos de marajá
Prefeitura galpão e armazém
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará**

Quando a seca esturrica o meu sertão
O problema se torna mais sinistro
O governo despacha algum ministro
Para vir conhecer a região
Ele vê a miséria de avião
Faz promessa discurso e Blá! Blá! Blá!
Garantindo recursos que não há
Prometendo o dinheiro que não tem
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará*

Essa tal emergência é uma piada
Que humilha e ofende o camponês
Condenado a lutar de seis a seis
Transformado em cossaco de estrada
Obrigado a trocar a sua enxada
Por um carro de mão e uma pá
E o salário no fim do mês não dá
Pra comer rapadura com xerém
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará**

Assim vive o sertão com sua gente
Sofredora, oprimida e infeliz
Se mudando pra o sul desse país
E desejando o nordeste independente
Enganando o jejum com aguardente
Mastigando um pedaço de preá
Combatendo os espinhos de juá
Embalado na música do vem-vem
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará*

É preciso que alguém se manifeste
E apareça um sujeito de coragem
Pra poder desmanchar a engrenagem
Que impede o progresso do nordeste
Ou, então o sertão cabra-da-peste
Qualquer dia não mais aguentará
Expulsando os políticos ruins de lá
Que votar em corrupto não convém
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará**

Afinal, sertanejo nordestino
Pra o Brasil é somente mão de obra
Coisa ruim pra ele tem de sobra
Não consegue mudar o seu destino
Aguardando um milagre do divino
Ou, um outro Getúlio ou JK
Apegado à promessa e patuá
E invocando os espíritos do além
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará*

No sertão quando é tempo de eleição
Os políticos se mandam de Brasília
Deixam lá as mansões e a família
Para vir pedir voto no sertão
Inventando pra tudo solução
Sustentando que nada faltará
Quando passa eleição somem de lá
Nunca mais dão notícia a seu ninguém
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará**

É difícil um ministro senador
Calcular quanto vale um sertanejo
Para uns é apenas um despejo
Elemento volúvel sem valor
No sertão nunca chega um salvador
Quando chega é algum Ali Babá
E os quarenta ladrões de Bagdá
Se transforma em sessenta, oitenta e cem
Entra ano e sai ano e nada vem
O sertão continua ao Deus dará*

Ivanildo Villanovae Geraldo Amâncio**

Fonte: decanto de poetas

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