quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Poesia: "Adeus até outro dia", um poema de Nenen de Santa


A imagem pode conter: Valdecir Filho, árvore e ar livre


Zéfiro brando vespertino
Que soprava meu torrão
A luz da inspiração
Que me tocou em menino
O meu lugar pequenino
Hoje de mim se distancia
Um pingo de chuva fria
Molhando a minha esperança
Meu sorriso de criança
Adeus até outro dia.

Cavalo de marmeleiro
Que tanto me deu prazer
Hoje não posso dizer
Qual é o seu paradeiro
O sabiá prazenteiro
Numa doce melodia
Ne lembro da sinfonia
Nos braunais da floresta
Só lembrar hoje me resta
Adeus até outro dia

O meu cantinho primeiro
Aonde tanto brinquei
Mundo que fantasiei
Mas pra mim foi verdadeiro
Boi de pedra no terreiro
Era a minha fantasia
Meu curralzinho fazia
Com talos secos do chão
Minha melhor diversão
Adeus até outro dia.

Mamãe sempre a meu lado
Mostrando o melhor caminho
Essência viva do ninho
Do lar onde eu fui criado
A fartura do roçado
A doçura da melancia
O rio quando descia
Com caudalosa torrente
Meu germinar de semente
Adeus até outro dia.

Nenen de Santa.

Cantigas e Cantos

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