José
Soares da Silva, mais conhecido como Mestre Dila, era patrimônio vivo de
Pernambuco e um dos maiores nomes da xilogravura no estado. O artista morreu
vítima de pneumonia.
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Mestre Dila — Foto: Divulgação/ Ricardo Moura
Morreu
na noite da quarta-feira (11) o cordelista e xilógrafo José Soares da Silva,
mais conhecido como Mestre Dila, em Caruaru, no Agreste. O artista de 82 anos era patrimônio
vivo de Pernambuco e um dos maiores nomes da xilogravura no
estado.
Mestre Dila
estava internado há uma semana no Hospital Mestre Vitalino. A causa da morte do
xilógrafo foi uma pneumonia. O artista viveu e trabalhou por muitos anos na
Capital do Agreste e exerceu outras profissões como agricultor, gráfico e
tipógrafo.
Dos 82 anos de
vida, em 50 deles Mestre Dila se dedicou à xilogravura. Ele é um dos
homenageados do desfile do Galo da Madrugada, no Recife, durante o Carnaval
2020. O artista deixa cinco filhos e 11 netos. O velório do Mestre será
realizado no Cemitério Dom Bosco, em Caruaru, e o enterro está marcado para 16h.
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Corpo de Mestre Dila é velado no Cemitério Dom Bosco, em Caruaru — Foto: Anderson Melo/TV Asa Branca
Mestre Dila
estava internado há uma semana no Hospital Mestre Vitalino. A causa da morte do
xilógrafo foi uma pneumonia. O artista viveu e trabalhou por muitos anos na
Capital do Agreste e exerceu outras profissões como agricultor, gráfico e
tipógrafo.
Dos 82 anos de
vida, em 50 deles Mestre Dila se dedicou à xilogravura. Ele é um dos
homenageados do desfile do Galo da Madrugada, no Recife, durante o Carnaval
2020. O artista deixa cinco filhos e 11 netos. O velório do Mestre será
realizado no Cemitério Dom Bosco, em Caruaru, e o enterro está marcado para 16h.
Por meio de nota, a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, lamentou a
morte de Mestre Dila e contou que recebeu a notícia com "bastante
tristeza" e agradeceu pelos mais de 50 anos dedicados à cultura
caruaruense. "Somos gratos pela sua contribuição. Minha solidariedade a
todos os amigos e familiares por esta grande perda", disse.
A
Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC) exaltou a figura do Mestre
Dila, ressaltando que ele "foi um dos maiores xilogravuristas
pernambucanos, deixando um legado inesquecível para a Cultura Popular
Nordestina".
Sobre
Mestre Dila
Agricultor,
gráfico e tipógrafo foram as profissões exercidas por José Soares da Silva em
Caruaru antes de se tornar o cordelista
e xilógrafo Mestre Dila. Ele trabalhou com cordel e xilogravura
durante 50 anos. Há nove, sofreu um acidente vascular cerebral.
Dila passou a
ter dificuldades em realizar algumas atividades sozinho depois do AVC. Para
ele, andar e falar tornaram-se ações difíceis de realizar. Mas, entre poucas
palavras que conseguia pronunciar, ele revelou em entrevista ao G1: "Me orgulho de ter feito mais de 200
cordéis".
Na década de 50,
Dila tinha uma gráfica na própria casa. No local, ele produzia os próprios
cordéis e xilogravuras. "Na época em que meu pai trabalhava ativamente com
cordéis, o cordel era o jornal 'da matutada'. Era por meio dele que as pessoas
ficavam sabendo dos acontecimentos diários", lembra Valdez Soares.
"Hoje temos a televisão e a internet como meio de comunicação, mas o
cordel tem papel fundamental na nossa história e cultura", disse o
representante comercial Valdez Soares, filho de Mestre Dila.
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O sonho de um romeiro com o padre Cícero Romão', de Mestre Dila — Foto: Joalline Nascimento/ G1
A obra mais vendida de Dila foi "O Sonho de um romeiro com
o padre Cícero Romão", de acordo com o filho do artista. "Este cordel
conta a história de um romeiro que estava viajando para o Juazeiro [do Norte] e
adormeceu à sombra de uma árvore. No local, ele acabou sonhando com o padre
Cícero profetizando os anos vindouros. A história foi toda do imaginário do meu
pai", explicou Valdez.
Foi
em Caruaru que Dila constituiu família. Morou no município por mais de 60 anos
e foi casado por mais de 50 com Valdecila Soares, que morreu há três anos. O
casal teve seis filhos, mas nenhum herdou o talento do pai. "Desenvolver
esta arte foi um dom dele. O engraçado é que nenhum dos filhos herdou o talento
da xilogravura. No cordel, sou o único que ainda tenta fazer alguma coisa. Mas
nunca como ele", afirmou Valdez.
Patrimônio Vivo
Mestre Dila ganhou o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em
2002. O filho dele, Valdez Soares, contou que o pai não gostava muito do
título, nem de ser chamado de "mestre". "Ele sempre disse:
'Mestre, só Deus, meu filho'. Meu pai é um homem muito religioso",
revelou. A Lei de Patrimônio Vivo reconhece o trabalho dos mestres, mestras e
grupos do estado. A Lei prevê a concessão de bolsas vitalícias como incentivo
pela realização e perpetuação das atividades artísticas.
Por G1 - CARUARU
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