Foto: vateseviolas
Na paisagem divina do sertão,
Vê-se um quadro, na tela, desenhado.
O orvalho na relva
prateando,
Vem o sol espalhando a
claridade;
A manhã tem a cor da
liberdade,
Outro dia começa
renovando;
Marmeleiro enfolhado fulorando,
No inverno, se torna mais
fechado
Dentro dele, um vaqueiro
tange o gado,
Separando quem vai comer
ração,
Na paisagem divina do
sertão,
Vê-se um quadro, na tela,
desenhado.
Um riacho lavando a ribanceira,
Deixou marcas até onde
alcançou
A enchente que se avolumou
Com a chuva que deu a noite
inteira,
De manhã, quem olhasse a
cachoeira
Via a força do inverno
pegado,
Que um relâmpago que deu,
foi tão rasgado
Que entalou a garganta do
trovão
Na paisagem divina do
sertão,
Vê-se um quadro, na tela,
desenhado.
O inverno é bastante
preferido;
Com a chuva, aumenta-se a
fartura
E o fruto que vem d’agricultura,
É plantado e também será
colhido,
O pepino amarelo escondido
Pela sombra, que faz o
folheado;
Tem o milho seguro,
bonecado
Entrançado nas ramas do
feijão.
Na paisagem divina do
sertão,
Vê-se um quadro, na tela,
desenhado.
Miguel Marcondes
Poema retirado do Livro: “Antologia
Poética – Retratos do sertão”, de Marcos Passos.
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