sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Poesia: "A seca, o rei e os ratos", um poema de Arlindo Lopes "Pirraia"


A SECA, O REI E OS RATOS

A seca sem piedade
Chegou decretando guerra
E toda vida na terra
Padeceu a crueldade
Sua ardente claridade
Igual a fogo do facho
Secou cacimba, riacho
Grota, açude, poço, rio
Lagoa, lago, baixio
E as frutas verdes no cacho

A seca deu mais potência
Ao aquecimento nato
E ditou seu ultimato
Sem da vida ter clemência
Com severa violência
Ateou fogo no chão
Causando desolação
Por tudo quanto foi canto
Não restou no céu um santo
Sem pedido em oração

Meu grande constrangimento
Foi comprovar o descaso
Que não foi obra do acaso
E sequer esquecimento
Foi descomprometimento
Dos políticos desalmados
Governador, Deputados
Presidente, coisa e tal
Que não deram nem sinal
De vida aos necessitados.

Eu prefiro não falar
De quem ao pobre detesta
Senão me dá a ”Mulesta”
E posso até me infartar
Mas não posso me esquivar
De ser contra a coisa errada
De quem viu tombar na estrada
No mais triste sofrimento
Bode, boi, cabra, jumento...
E podendo não fez nada.

Quem tem poder soberano
Detém a vida de nobre
E esquece que o povo pobre
É considerado humano
Seja rural ou urbano...
De qualquer outro lugar
Mas para o voto ganhar
Dá no pobre abraço e beijo
Depois disso esconde o “Queijo”
Pra com seus “Ratos” rachar.

Arlindo Lopes “Pirraia”

Este poema foi extraído do livro “Ponta de Espinho”, do poeta e cordelista Arlindo Lopes “Pirraia”, recentemente lançado pelo autor. 

Adquira este livro "Ponta de Espinho", com o Autor, Sebo Cultural, Banca de Revistas Criativas ou na loja de Jair Som. 

Contato do autor Arlindo Lopes: 
(87) 9 9918-0010


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