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Bloco Os Capetas |
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Zé Boião e Boi de Severo
Agora meu pensamento chega à Rua da Baixa e meus tímpanos são
tomados de vez pelo batuque da Escola de Samba “Os Caveiras”, sob a regência do
grande carnavalesco Supa... mas, espere, estou ouvindo outro batuque vindo lá
do lado da fábrica de Café Diamante Negro, é a Escola de Samba
Egipciense, que também se aproxima e ao seu lado vejo Inácio do Café com o seu
amigo Antônio Calado do “Doce Joelma”, são os dois foliões mais animados, e vai
ter concurso de blocos carnavalescos. A população já tomou conta da Rua da
Baixa e da Rua de Cima, o resultado do concurso: As Escolas empataram e o povo
ganhou.
Mas, o que é isso? O que fez o samba parar? Que som é esse?
Que música é essa? “pom-pom, pom-pom; pom-pom, pom, pom” É o professor Deda com
o seu Trombone de Vara, tentando os acordes de “Quem sabe, sabe... conhece
bem”, e assim esse som vai tomando conta de todos os Bares de São José do
Egito. Eternas saudades... Enquanto isso, as Escolas de Samba desfilam em
cima de carros pelas ruas, levando alegria e animação aos foliões, que
pacificamente brincam o animado carnaval.
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Foliões no Clube Hotel
Anoitece
e o Clube Hotel, já se encontra superlotado, é o baile carnavalesco mais
animado do mundo. A afinadíssima Orquestra comandada pelo maestro Inaldo
Sampaio, leva o folião ao delírio com o frevo “Vassourinhas”, e dando voltas
incansadas em torno do salão, o folião aproveita todos os minutos possíveis. Lá
vem Chico Careca com um copo na mão e cantando: “A nossa vida é um
carnaval...”, olha lá Dona Diva e Seu Paulino acompanhando a música “Bandeira
Branca”; olha só que animação tem essa turma do bloco de Alberto do Banco,
todos esbanjam sorrisos de felicidades; vejam, é “Dado”, o Rei Momo
balançando a sua pança; sai do meio Cilo Oião que lá vem Bolero dando suas
“Cabeçadas” como um touro furioso inebriado pela música “Boi, boi, boi... boi
da cara preta...”.
E retornando ao presente me encontro só, aqui
na Rua da Baixa, sem escutar se quer um apito, um samba, um frevo. Lá no fundo
estou ouvindo um Carro de Som tocando um Axé. E por falar em Axé... não seria
ele o vilão assassino dos saudosos carnavais? Não sei. Não seriam as pessoas
com mais dinheiro que vão passar o carnaval no litoral? Não sei, não seria?
Não, não seria e se? Não, não é isso, é? Chega, acabou. Foi sepultado o
verdadeiro e alegre carnaval Egipciense.
Restam apenas as notas musicais de um clarim
ecoando em nossos ouvidos o seu toque fúnebre e a saudade de quem viveu no
passado a fantasia do inesquecível Carnaval.
Arlindo Lopes "Pirraia"
CANTIGAS E CANTOS
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