Mas agora estou muito diferente,
A velhice chegou na minha mente,
Que eu nem sei como foi qu’ela chegou,
Se escorou no meu corpo e sufocou,
Pra andar, já preciso de uma escora,
Quando um olho se fecha o outro chora,
Sinto o corpo cansado e abatido.
A velhice soprou no meu ouvido,
Mocidade com medo foi embora.
Cantador de repente e da canção,
Bem magrinho, eu usava um cabelão,
Eu vivia uma fase divertida,
Mas agora mudou a minha vida,
Não sou mais o galante de outrora,
Minha alma tristonha se apavora,
O meu corpo se sente enfraquecido.
A velhice soprou no meu ouvido,
Mocidade com medo foi embora.
Nem pensei que a velhice era tão ruim,
Que murchava as flores do meu jardim,
Retirando de mim toda riqueza;
Quando eu quero ganhar uma princesa,
A gatinha me chama de caipora,
Não me quer, nem tampouco me namora,
Me diz mais que eu sou velho enxerido.
A velhice soprou no meu ouvido,
Mocidade com medo foi embora.
Mas agora acabou minha alegria,
Meus cabelos pintados, não queria,
Essa cor que chegou, não me agrada,
Já deixei de correr na vaquejada,
Desprezei o cavalo e a espora,
E quando olho os retratos de outrora,
Do que fui, eu não sou mais parecido.
A velhice soprou no meu ouvido,
Mocidade com medo foi embora.
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