Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.
Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.
Texto: Gilberto Lopes
Criador do Blog.
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
Caça ao vinil: roteiro musical (quase) escondido no Recife
Foto: Leonardo Vila Nova/PorAqui
“Recife tem encantos mil”, já dizia a música do nosso
Rei, o Rossi. Mas espere um pouco e – por ora – esqueça as belas pontes
(você as conhece?), a arquitetura do Recife Antigo e a
gastronomia de dar água na boca. Uma boa parte desses encantos ainda não é
visível a olhos nus.
O PorAqui deu uma andada
pelo Centro do Recife e foi a três lugares que são verdadeiros paraísos, mas
que muita gente daqui nem sabe que existem. Estamos falando de LPs… Estamos
falando de um roteiro alternativo dos curiosos musicais. E a curiosidade é um
microbiozinho que ataca, sem dúvida, 100% dos apaixonados por vinis.
Por dentro dos paraísos
De frente para a Praça Maciel
Pinheiro, número 370: suba a estreita escadinha e vá ao 1º andar. Lá, você vai
encontrar Aldemar Oliveira, ou melhor, Dema do Vinil,
um cara frenético, ligado no 220, simpatia pura, pronto para atender quem vai
em busca de um disco.
Dema Vinil (Foto: Leonardo Vila Nova/PorAqui)
Dema nasceu em Pesqueira, mas foi para São Paulo com 1
ano de idade. Aos 15, começou a vender discos na feira, em Guarulhos. Não
largou mais esse ofício/vício. Lá, chegou a ter uma loja, a King Vinil.
De
volta ao Recife, continuou a vender vinis. Primeiro, no camelódromo. Depois,
seguiu para a sala (são duas, na verdade) onde se encontra hoje, há oito anos.
Ele estima ter entre 3 mil e 4 mil LPs. “Aqui eu tenho clientes que vem em
busca do estilo que você imaginar. Até Xuxa o pessoal já veio comprar aqui”,
fala ele.
Seguindo
mais adiante, ali pertinho da Praça do Sebo, o que não é difícil de encontrar é
gente vendendo disco. Mas só um é Cláudio,
que, além de ter um ponto de vendas na rua, tem cerca de 15 mil LPs abarrotados
numa sala no 9º andar do Edifício Brasília e é, também, cantor de brega.
Desde
os 12 anos, Cláudio vendia discos. Passou 15 anos afastado do ramo, com uma
banca de revistas. “Mas eu sempre continuei comprando e investindo em vinil.
Nunca fiz muita questão de CD, porque eu tinha esperança que o vinil voltasse. E
voltou”, diz.
Cláudio Alexandre tem cerca de 15 mil vinis (Foto: Leonardo Vila Nova/PorAqui)
Cláudio é rato das feiras de troca de vinis. Ia em
Peixinhos, Cavaleiro, Água Fria, para abastecer sua coleção. “Hoje, eu ando o
Brasil todo, comprando vinil”, diz Cláudio, jeitão despojado e que também se
arrisca como cantor. São 10 discos de brega, gravados independentemente, com
recursos próprios.
Mas
sua coleção, diz ele, vai bem mais além. “Aqui tem tudo, meu amigo: é forró,
axé, frevo, maracatu, rock. Tanto para o público jovem, como para os velhos
colecionadores”, diz. Afinal, são 15 mil discos, né?
Mas,
tá achando 15 mil muito? Pois bem, vamos até a Av. Dantas Barreto. Ali na
altura do 682, em frente ao Milet Shake, você vai encontrar a banquinha de Maurício Gonzaga.
Alguns vinis, uns CDzinhos, coisa humilde. Mas, se prepare, que vem aí o pulo
do gato.
Quer
achar aquele disco “pé de cobra”, raridade das raridades? Maurício te leva até
o galpão dele, na Travessa do Falcão. Um lugar bem entocado, mas logo ali
perto. Depois que ele abre o cadeado e a grade e sobe as escadas: 50 mil LPs
surgem à sua frente! É disco até o teto!
Maurício, com mais 150 mil LPs, procura lugar maior para guardá-los (Foto: Leonardo Viloa Nova/PorAqui)
Tudo, absolutamente tudo que você perguntar a Maurício
sobre algum disco, ele terá. Se não tiver, ele garante conseguir. Afinal, além
dos 50 mil vinis no galpão, ele estima ter mais 80 mil a 100 mil guardados em
casa.
“Eu
estou, inclusive, procurando um outro lugar para guardar as coisas, porque não
cabe mais aqui nem em casa”, conta Maurício. Além dos LPs, ele possui
equipamentos como passa discos, vitrolas, aparelhos de rádio antigos e até
gramofones, como um RCA Victor, do começo do século XX, que ainda toca, à
manivela.
O
galpão de Maurício é um oásis no meio do centrão e muito visitado por turistas.
“No último feriadão, um casal de mineiros veio aqui três dias seguidos, comprar
discos, quase perdem o voo de volta”. Um cliente fiel é o britâncio DJ Cliffy,
que abastece boa parte do seu set list de música brasileira com os vinis que
compra de Maurício.
Serviço
Dema
Vinil
Praça Maciel Pinheiro, 370, 1º andar – Boa Vista
Telefone: (081) 98829-1714 / (081) 99722-6831
Maurício
Gonzaga
Av. Dantas Barreto, em frente ao número 682 (Milet Shake) – São José / Travessa
do Falcão, 86 – São José
Telefone: (081) 97906-8741 / (081) 98506-3203
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