terça-feira, 4 de julho de 2017

Poesia:"Janelas sem ninguém", um soneto de Ronaldo Cunha Lima

Resultado de imagem para ronaldo cunha lima

Janelas sem ninguém

Retorno, à mesma rua, o meu desejo
de me encontrar comigo e estar contente.
Mas a rua mudou. Bem diferente
é a mesma rua que na noite vejo.

Já não há mais espera ao meu andejo,
já não há na janela, à minha frente,
as covinhas do rosto, a inocente
e eterna musa que em meus versos beijo.

Algumas rosas, dálias amarelas,
nas janelas abertas. Ninguém nelas.
A rua está mais triste, e eu também.

Pobres flores, no outono das janelas!
Nem mesmo as flores continuam belas
quando enfeitam janelas sem ninguém.

Ronaldo Cunha Lima


Fonte: Blog Verso Reverso 

Nenhum comentário:

Postar um comentário