domingo, 18 de junho de 2017

Poesia: "Engenho de saudade", um poema de Gregório Filó

Foto de Isnaldo Nogueira Dos Santos.
Foto: Isnaldo Nogueira dos Santos

ENGENHO DE SAUDADE

O meu engenho de aço
Não moeu mais uma cana
Já faz mais de uma semana
Que um alfenim eu não faço
Não vendi mais um cabaço
De garapa a freguesia
A máquina da nostalgia
É que trabalha à vontade
Meu engenho de saudade
Quebra cana todo dia.

Nunca mais fiz uma farra
Por causa da falta dela
Vou como um boi de barbela
Atrelado à almanjarra
A moenda só esbarra
De encontro à melancolia
E a fornalha não esfria
Queimando a felicidade
Meu engenho de saudade
Quebra cana todo dia

Gregório Filó

.Mote: Tarcísio Leite 

CANTIGAS E CANTOS

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