segunda-feira, 22 de maio de 2017

Poesia: "Místico", um soneto de Daniel Nunes













Mistico

Sou do místico, o intérprete da estrada 
Que, em vultos esconde-se no imenso
Sou o ser que da flor rouba o incenso
Matando-a de forma desgraçada.

Sou o mistério que envolve a madrugada
Da amargura e da dor, a quem pertenço,
Sou a fumaça, de um nevoeiro denso
Onde vive a carne amortalhada.

Sou seus lírios em pálidos fulgores
A vida e eu não passam de sorores
Aos quais o rude tempo despetala.

Eu sou o oculto que destrói prazeres
Sem ter piedade eu devasto seres
Que neste mundo seu perfume exala.

Daniel Nunes.

CANTIGAS E CANTOS

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