quarta-feira, 31 de maio de 2017

Poesia: “É assim quando amanhece nas quebradas do sertão”, um mote glosado por Jádson Lima



“É assim quando amanhece
Nas quebradas do sertão”

O galo acorda cantando
Com um grande alarido
O vaqueiro adormecido
Que podia tá sonhando
A bezerrama berrando
E ele vê no mourão
O maldoso gavião
Que foi num foi aparece
É assim quando amanhece
Nas quebradas do sertão.

Canta lá no cajueiro
o lindo galo campina
Apaga-se a lamparina
Que ilumina o terreiro
Na copa dum juazeiro
Canta forte um carão
Chapéu perneira e gibão
O vaqueiro embonitesse
É assim quando amanhece
Nas quebradas do sertão.

Logo um cheiro de café
Se espalha pelo terreiro
Vem o vaqueiro faceiro
Beija os filhos e a mulher
Pede a Deus com muita fé
Que abençoe esse chão
Terminada a oração
De estrada a fora desse
É assim quando amanhece
Nas quebradas do sertão.

Vem o sol com sua grandeza
Clareando os passarinhos
De longe brilha os espinhos
Dá ao cardeiro beleza
A cobra acha uma presa
Um pobre camaleão
É pego de supetão
Isso sempre acontece
É assim quando amanhece
Nas quebradas do sertão.

Na vereda um preá
Se espoja em sua cama
Suja-se o porco na lama
Ali canta um sabiá
Lindo pé de trapiá
Brilha na separação
Foi-se embora a escuridão
E a coruja emudece
É assim quando amanhece
Nas quebradas do sertão.

Vai o vaqueiro aboiando
Em versos de poesia
Sentindo muita alegria
Do dia que tá chegando
Ele sai cantarolando
Com amor no coração
Sua vida é uma canção
A Deus pai ele agradece
É assim quando amanhece
Nas quebradas do sertão.

Jadson Lima


Jornal Besta Fubana

Nenhum comentário:

Postar um comentário