segunda-feira, 8 de maio de 2017

Poesia: "Distância e saudade", um poema de Antônio Nunes

Foto de Antonio Nunes Batista Nunesabn.
Distância e saudade. 
Um fez uso de técnica e instrumento
Velocímetro, planilhas e escalas
E o outro em silêncio fez as salas
Do cimento da voz do sentimento 
Nunca soube medir o cumprimento 
Nem tem trena, nem metro, nem barbante
E pelas portas da sala do semblante
Muitas lágrimas despeja no terreiro
Quem criou a distância era engenheiro 
E quem criou a saudade era um amante
Um criou a estrada pra passagem 
Encurtando o percurso da distância 
E o outro ao nascer já na infância
Não sabia o percurso da viagem
Quando abriu a tramela da garagem
Percebeu que o caminho era distante 
E resolveu se tornar um viajante
Sem chegar, apesar de andar ligeiro
Quem criou a distância era engenheiro 
E quem criou a saudade era um amante
Um criou suntuosas construções 
E outro inventou sem ter maldade
Estruturas da massa da saudade
Nos andares febris dos corações
No serviço o pincel das ilusões
Caprichou na pintura e no corante
E no momento da chama inebriante
Não deu tempo apagar o candeeiro 
Quem criou a distância era engenheiro 
E quem criou a saudade era um amante.
Autor: Antônio Nunes. 
Mote : Gumercindo da Lagoa

CANTIGAS E CANTOS

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