sexta-feira, 14 de abril de 2017

Poesia: "Amada terra", um poema de Antônio Nunes

Foto de Antonio Nunes Batista Nunesabn.
Amada terra 
 
A vereda apertada é o caminho
Cada lado um espinho de jurema
Na paisagem da velha borburema
No bezerro uma vaca faz carinho 
Outra vaca lambendo o bezerrinho
Numa estaca da cerca ela se escora 
E um galo cantando avisa a hora 
Da manhã despertar a madrugada 
Cá não tem energia nem estrada
Mas é lindo o lugar que a gente mora

Nasce o sol da manhã cor de platina
E a brisa balança a flor do galho
Borrifando nas outras o orvalho
Da frieza dos pingos da neblina
A cenário do céu se descortina
No lampejo das luzes da aurora
E a noite que há pouco foi embora 
Voltará pra cumprir nova jornada 
Cá não tem energia nem estrada 
Mas é lindo o lugar que a gente mora.

Um casebre de barro e de madeira 
No sertão num recanto solitário 
Apesar de viver sem ter salário 
E dormir espalhado num esteira
Pela brecha que tem na cumeeira 
Entra a luz que a pobreza revigora
Que apesar de pensar em ir embora 
Não esquece a paixão da terra amada 
Cá não tem energia nem estrada
Mas é lindo o lugar que a gente mora

Autor : Antônio Nunes
Mote: Autor desconhecido

CANTIGAS E CANTOS

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