terça-feira, 28 de março de 2017

Poesia: "Tentadora", um soneto de Anderson Braga Horta












TENTADORA  

Ah! se em teu seio repousar pudera
meu coração ferido, ensangüentado!
Se ao teu sorrir de eterna primavera
cantar pudesse o peito meu magoado!

Não fujas, não. Dá-me um sorriso… Espera!
Não vás matar-me o tino já turvado,
com um riso assim, de escândalo e quimera,
tão suave, tão morno e perfumado!

Não me fites assim tão fundamente,
que teu olhar de estrelas e alvoradas
pode cegar meus olhos de repente.

Toma cuidado, amor, tem mais cautela:
não vás ferir, com seduções malvadas,
minha alma que à tua alma se revela.

Anderson Braga Horta

Jornal Besta Fubana

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