sexta-feira, 17 de março de 2017

Poesia: "Fim de sede", um poema de Antônio Nunes

Resultado de imagem para água no sertão e chuva no sertão
Foto: Imagem / Google

Fim da sede

Sertanejo outra vez sente alegria 
Canta Alegre a canção do fim da sede
Novamente armará a sua rede
Pra deitar-se e dormir no fim do dia
Nem se lembra das horas de agonia
Que passou sem ter água na barragem 
E quando acorda recebe a fria aragem 
Do orvalho do dia amanhecendo 
O sertão novamente renascendo 
Dos castigos cruéis da estiagem.

Se levanta escutando um passarinho
Que gorjeia em um galho de aroeira
 
Ouve o som que vem lá da cachoeira
Onde um sapo coaxa bem baixinho
Um barulho na Beira do caminho
Uma cobra aparece entre a folhagem
No caminho buscando uma passagem
Ao volume da água obedecendo
O sertão novamente renascendo
 
Dos castigos cruéis da estiagem

Se prepara pra luta do plantio 
Com dois bois e arado ara o terreno
Dependendo da queda do sereno
 
Planta arroz na vazante do baixio
E se o dia vier fazendo frio
 
Aproveita o conforto da friagem
 
Pra pescar na represa da barragem
Quando o peixe por ela está descendo
 
O sertão novamente renascendo
 
Dos castigos cruéis da estiagem

A pastagem enverdece na campina 
Renovando a folhagem do capim
 
O sertão se transforma num jardim
No barrufo que cai da chuva fina
Cada gota do pingo da neblina
Permanece na palma da folhagem
 
Exibindo no brilho da imagem
 
O reflexo do sol aparecendo
 
O sertão novamente renascendo
 
Dos castigos cruéis da estiagem

Autor : Antônio Nunes 
Mote: Do autor.
Foto de perfil de Antonio Nunes Batista Nunesabn

Facebook do Autor / Poeta

CANTIGAS E CANTOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário