Morava um tal de Zezin
Muito bobo e atrapalhado
E com timidez sem fim
Sonhava ser um doutor
Mas por ser do interior
Não era tão fácil assim
E Zezin sempre chorava
Porque nem sua família
Em seu sonho acreditava
Zezin tão desmantelado
Cansou de ser humilhado
Por quem dele duvidava
E partiu pra capital
Foi em busca de seu sonho
Sem levar nenhum real
Viajou foi de carona
Quando a fome veio à tona
Procurou alguém legal
Com cara de ser bonzinho
Aí Zezin saiu correndo
Parou e falou baixinho:
Tô com fome seu doutor
Eu vim do interior
Dá pra mim um trocadinho
Vim lutar pelo meu sonho
Aprendi amar o próximo
Mesmo estando tão tristonho
Prometo se me ajudar
Quando um dia me formar
O meu serviço disponho
Para o senhor responder
Ficou ouvindo calado
O que tinha pra dizer
E perto de todo mundo
Disse que um vagabundo
Merece mais é morrer
Pare logo de sonhar
Um pobre como você
Não poderá alcançar
Um cargo de importância
Por aqui tem vigilância
Volte para o seu lugar
E saiu quase chorando
Com uma fome terrível
E a tristeza perturbando
Viu seu sonho indo embora
Meu Deus o que faço agora
Lhe perguntou soluçando
Mas Zezin não desistiu
Lutou pelo o que queria
E um emprego conseguiu
O dinheiro que ganhava
Em um cofre ele juntava
Pra gastar pelo Brasil
Trabalhava noite e dia
Entrou para faculdade
De medicina que queria
Mas o pobre de Zezin
Parecia um homem ruim
Pela roupa que vestia
E por ser desajeitado
Causava um grande medo
Em que tava ao seu lado
Além de ser pobre andava
Com saco que carregava
Uns biscoitos enrolado
Mas ele não se importava
Zezin era independente
E ninguém lhe ajudava
Mesmo os outros duvidando
Virava a noite estudando
E nas provas arrasava
Em quem vivia por perto
Ele tinha muita fé
E além disso era esperto
Diante de qualquer cilada
Zezin tinha outra armada
Pra mostrar o que era certo
Mas não era besta não
Num lindo dia de prova
Teve uma confusão
Pois tentaram enganar
Que ele queria colar
Pela prova de Pedrão
Que Zezin já conhecia
Há muitos anos atrás
E disso ninguém sabia
Sempre foi bem prevenido
Na confusão envolvido
Provou que nada devia
Insistiam em falar
Que nunca imaginaram
Vê um matuto estudar
Para ele ser doutor
Nem humildade e amor
Poderiam lhe ajudar
Que pensava diferente
Sua riqueza era o amor
E humildade seu presente
Dado por Jesus amado
Para ser sempre levado
No coração e na mente
Sofrendo para crescer
Sem nunca desanimar
Fazendo do seu sofrer
Um motivo pra lutar
Quando queria chorar
Orava para vencer
Finalmente então chegou
Ele viu de boca aberta
Quem dele só duvidou
Nunca perdeu esperança
Em Deus teve confiança
E por isso se formou
Agora vive empregado
Casou, tem uma família
Nem é mais desmantelado
Tem uma grande fazenda
Onde distribui merenda
Para o mais necessitado
Pra seu povo visitar
Na sua terra é feliz
Insistindo em ajudar
A todos que duvidaram
Quando um dia falaram
Você não vai se formar
Com humilde intenção
De mostrar para você
Que sempre tem solução
Para alcançar seu sonho
Nunca caminhe tristonho
Sem ter fé no coração
Sempre de cabeça erguida
Plante no peito esperança
Colha ela pra tua vida
Se você pode sonhar
Também poderá lutar
Desta forma parecida
É necessário ter fé
Sem medo encare a vida
Do jeitinho que ela é
Não abaixe a cabeça
Tenha fé, não esmoreça
Ore a Jesus de Nazaré
Alagoinha, Pe
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