terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Poesia: “Vejo a luz desse ano se apagando Na passagem da brisa a madrugada”, um poema de Nenen de Santa

Foto de Valdecir Filho.

“Vejo a luz desse ano se apagando
Na passagem da brisa a madrugada”

Vagueando tristonho e solitário
Agarrado a um copo de bebida
Uma luz que apaga em minha vida
Uma folha rasgada do diário
O silêncio devido o alto horário
É quebrado por silvos de rajada 
Onde o vento espana uma latada
Onde a coruja estava cochilando 
Vejo a luz desse ano se apagando
Na passagem da brisa a madrugada.

Uma vela a mais para meu bolo
Mais um passo que dou ao fim dos dias
Num teatro sutil de fantasias
 
Onde a rima me serve de consolo
Muito embora um poeta triste e tolo
Que se encanta com o vôo da passarada
Mais um passo que passa rumo ao nada
Onde a chama da vida ta minguando
Vejo a luz desse ano se apagando
 
Na passagem da brisa a madrugada.

Fugidia infância de prazeres
Gota viva de orvalho de amores
Brisa leve a levar pétalas de flores
Afagando o mais feliz dos seres
Mas o tempo chegou com seus dizeres
"A velhice se torna aproximada"
A minha carne se encontra mais cansada
E o meu barco de sonhos naufragando
Vejo a luz desse ano se apagando
 
Na passagem da brisa a madrugada.

Nenen de Santa

Mote de Ricardo Moura

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