terça-feira, 27 de setembro de 2016

Poesia: "O trabalho braçal do Sertanejo ", um poema de Andrade Lima


O trabalho braçal do Sertanejo 

Desde cedo aprendi todo o manejo
Do roçado com meu pai me ensinando.
Quando via o inverno aproximando
Ansioso esperava o relampejo.
A alegria no olhar do Sertanejo 
Era sempre fiel e bem cortês.
Tropeçando na fala - o Português
E nos dando lições sempre de vida...
Quem nasceu no Sertão conhece a lida
Do trabalho braçal do camponês!

Sertanejo não para e se adoece
Seu estado piora ainda mais
Quando deixa roçado e animais
Aos cuidados de quem pouco conhece.
Todo dia pra Deus reza uma prece
Pra que fique melhor antes de um mês.
É que em casa e na sombra a palidez
Deixa a face do ser descolorida...
Quem nasceu no Sertão conhece a lida
Do trabalho braçal do camponês!

Toda casa no sítio sempre tem
Um terreiro bem grande e a latada
Onde põe a carroça enferrujada
Quando guarda o legume no armazém.
Toda tarde o vizinho feliz vem
Prosear e não sente timidez.
Um café com cuscuz ou pão francês
Ele toma de alma agradecida.
Quem nasceu no Sertão conhece a lida
Do trabalho braçal do camponês!

Mote e Glosa: Andrade Lima.
Em Teresina PI, 21/09/2016
l'immagine del profilo di Damião De Andrade Lima

CANTIGAS E CANTOS

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