
Refere-se aos poetas da região a nomes como Castro Alves, Cecília Meireles, Fernando Pessoa, José Régio e Florbela Espanca como referência poética.
Participou a partir 1975, através da “Festa Universitária”, de atividades e produções em teatro e poesia. Critica a falta de apoio, divulgação e interação da sociedade em relação às manifestações poéticas da região, considera “tímido” o trabalho das escolas no sentido de promover um maior contato entre aluno e poesia.
Sobre o título Capital da Poesia ostentado por São José do Egito, fala do bairrismo, embora destaque o trabalho dos poetas repentistas, a quem acha que a cidade deve tal produção.
Fez esse soneto para Job Patriota, que inventou de partir na véspera do dia da criança.
Quando um Mestre já não canta
Há em tudo um vazio de esperança
Se à véspera de tão solene evento
Não soprasse aquela canção no vento
Dizendo que partira uma criança
Há em tudo a magia de uma dança
Escutai! Os uivos, esse lamento
São as musas, pra que no esquecimento
Não se esqueçam de quem foi só lembrança
Há em tudo um mormaço de lirismo
E o poeta se encanta num abismo
Transmuta-se numa figura santa.
Há um dia seguinte, há um menino
Há soluços no dia onde o destino
Anuncia que um Mestre já não canta.
ANGÚSTIA
É terrível a angústia que eu sinto
E debruçado sobre a minha dor
Quando a própria cor muda de cor
O próprio instinto, não é mais instinto
Num quadro irreal e indistinto
Os punhos de um cruel demolidor
Massacram o meu peito sofredor
Afogando-o numa taça de absinto
A lentidão apoderando-se à noite
Chicoteia as eras em cortante açoite
Lacerando a mente, me roubando a sorte
E o instinto primário da sobrevivência
O primeiro que vem da consciência
Já não mais existe, desejo a morte.
Edinaldo Leite
S. José do Egito -PE
Fonte: Livro "Antologia dos Poetas Egipcienses"
- Escola Oliveira Lima -
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Cantigas e Cantos
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