
NO TERREIRO DA FAZENDA
Grata zona sertaneja
Meiga, pura e benfazeja
Salva a brisa que te beija
Terra nossa, nossa prenda
Pejeú, os teus encantos
Sugerem poemas santos
Risos, emoções e prantos
No terreiro da fazenda.
Que belas filosofias
Douradas de fantasias
Um recita poesias
Já outro conta uma lenda
Tudo traz tranquilidade,
União, felicidade,
Amor e fraternidade
No terreiro da fazenda.
Quando a noite vai baixando
Vênus vai me apresentando
Parece que vem sonhando
Num leito de seda e renda
A lua conta uma história
Ao registrar sua glória
Tem que ficar por memória
No terreiro da fazenda.
Uma notícia recente
Dum pai, dum filho, um parente
Alguém que ficou ausente
Procurando uma encomenda
Uma jura de um passado
A carta de um namorado
Se tornam sonho dourado
No terreiro da fazenda
Quando o gado faz maromba
O novilho em frente zomba
Escavando o solo arromba
Cm uma fúria estupenda
Depois foge como um gato
Perde o vaqueiro no mato
Enquanto corre o boato
No terreiro da fazenda.
Longe, no mato, um estalo
Depois o canto de um galo
A carreira de um cavalo
Um atrito de moenda
O canto de um ancião
A queda de um barbatão
É tudo satisfação
No terreiro da fazenda.
O zumbido das abelhas
As derradeiras centelhas
A pisada das ovelhas
Que voltam na mesma senda
A ave que canta e voa
Os gestos da tabaroa
Erguem mais uma coroa
No terreiro da fazenda.
Uma neblina ligeira
O cheiro da laranjeira
A prece de uma brejeira
Na janela da vivenda
Até mesmo a natureza
Olhando tanta beleza
Espalha sua grandeza
No terreiro da fazenda.
João Batista de Siqueira “Cancão”
Poema retirado do livro: “Palavras ao plenilúnio” de Lindoaldo Jr.
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