João Luis dos Passos Gomes, nasceu aos 20 de outubro de 1955 em São José do Egito-PE, filho de João Lulu Gomes e Inácia Gomes dos Passos, Até aos dez anos de idade morou no
Sítio Serrinha, município de sua cidade natal, onde fez o primário orientado por sua mãe em casa, em 1965 passou a residir na cidade onde fez o ginásio e o científico no Colégio Estadual Édson Simões.
Sítio Serrinha, município de sua cidade natal, onde fez o primário orientado por sua mãe em casa, em 1965 passou a residir na cidade onde fez o ginásio e o científico no Colégio Estadual Édson Simões.
A poesia entrou na sua vida desde a infância, quando ouvia cantoria no Sítio Serrinha. Não teve mestre poético – Poesia não se ensina – diz ele. Aprendeu apenas pontos fundamentais de como rimar, fazer e etc.; Sua primeira poesia foi intitulada CREPÚSCULO. É descendente de uma família de poetas como Zezé Lulu, Pedro Lulu, João Lulu (Pai), José Pequeno, José Gomes dos Passos e outros.
Sua poesias são de um lirismo e de uma espontaneidade que ganham forma em sintonia com elementos da natureza.
No seu ver, para nossa poesia e nossos poetas serem mais prestigiados é preciso encarar a poesia como a expressão maior da cultura Egipciense, para que possa ser vivenciada de forma natural, frequente e verdadeira, a fazer parte de tudo, de todas as festividades, sobretudo se vivida e sentida pelo povo.
VAZIO EXISTENCIAL
Estou sozinho num bar, sinto o vazio
Da ausência infeliz que me atormenta
A minh’alma, sozinha sente o frio
Da saudade imortal, fria e cinzenta
Minha vida tão só virou um rio
Logo após a borrasca violenta
Cujas águas fazendo corrupio
Vão seguindo pra o mar, de forma lenta
Como é triste sentir a solidão
Qual punhal a ferir o coração
Vai rasgando o meu peito com vontade
E nos últimos instantes da esperança
Sou jogado nas águas da lembrança
Com destino aos mares da saudade.
VISÃO NOTURNA
Entre os sonhos que cruzam a solidão
Há milhões de mistérios incontáveis
Passamentos de dores imutáveis
Que segregam suspiros de ilusão
Como fendas partidas sobre o chão
Pássaros lindos num ninho bem forrado
A infância no berço mais sagrado
Talvez conte milagres de existência
Que se jogam nos lábios da inocência
Como flores perdidas do passado.
O luar mais bonito e cor de prata
Que derrama espumas pelo chão
Enfeitando as belezas do sertão
Atirando segredos sobre a mata
Violão, o senhor da serenata
Se partindo em suaves melodias
Mensageiros de doces poesias
Acordando os viventes do mistério
O seu som vai chorar no cemitério
Sobre os ossos que dorme em tumbas frias.
A saudade no bico das perdizes
Solta as asas no véu das madrugadas
Visitando o silêncio das moradas
É visão no olhar dos infelizes
Em chalés poeirentos, meretrizes
Se levantam das camas desforradas
Aplicando paixões desenfreadas
Sofrem iras satânicas sem razão
Palmilhando o caminho da perdição
Sem contar suas lágrimas derramadas.
O rangido dolente de um touro
E a coruja fazendo o seu agouro
Acordando o viver da noite vã
Mil cantigas de pássaros na manhã
São sinais de um dia sedutor
Ressonando na cama do amor
O segredo da vida se apavora
Lhe chamando uma voz chegou a hora
De deixar solitário o pecador.
O sorriso da lua vai roçando
Este mundo, sutil e cauteloso
Como se estivesse temeroso
De seguir pelo mundo caminhando
O poeta que fica observando
Esse quadro infinito de beleza
Ele tem no verso uma certeza
Todos são por Jesus abençoado
Vê, estático, o luar dos namorados
Enfeitando o jardim da natureza.
Nessa hora se lançam beija-flores
Muitas flores bonitas vão beijando
Vão sentindo o perfume e delirando
No desmaio da lua entre as flores
Os astros são vates sonhadores
Que exalam seus versos na amplidão
E derramam miragem pelo chão
Espelhando o perfil de seus amores
Vagalumes felizes e cantores
Que Semeiam doçuras de ilusão.
João Luís dos Passos Gomes (João Filho)
Recife – outubro de 1983
Poesias e parte do texto extraído do Livro "Antologia dos poetas Egipcienses".
- Escola Oliveira Lima -
CANTIGAS E CANTOS
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