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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

AVE SANGRIA: Ave Sangria é mais uma vitima da censura a fim de justiça

Grupo acabou depois que primeiro LP foi proibido em 1974


Ave Sangria em 1974 / Foto: divulgação/fotógrafo não identificado

Ave Sangria em 1974

Foto: divulgação/fotógrafo não identificado


A página mais infeliz da nossa história, nos versos de Vai Passar, de Chico Buarque/Francis Hime, ainda está longe de ser virada. Um parágrafo importante diz respeito à censura, e nele estão como personagens centenas de intérpretes, bandas e compositores, entre os quais a pernambucana Ave Sangria. Em 1974, o grupo lançou o primeiro e único disco de estúdio, Ave Sangria, pela extinta gravadora Continental, que investia na época no novo rock nacional, lançando bandas como Secos & Molhados, Moto Perpétuo e Bixo da Seda.
O Ave Sangria não chegou a alçar vôo. Teve as asas cortadas pela censura, que proibiu a faixa Seu Waldir (Marco Polo), com menos de um mês do lançamento do álbum, que foi retirado de circulação, e relançado sem a faixa subversiva. O grupo, que estava no início da divulgação, não se refez do golpe. Em 28 e 29 de dezembro, de 1974, apresentou dois concertos no Teatro Santa Isabel, o Perfume y Baratchos, e logo em seguida, desfez-se.

Meio século depois, o advogado brasiliense Fernando Antunes deu entrada com data de 12 de janeiro de 2016, num requerimento de anistia política, com pedido de indenização para os três remanescentes do Ave Sangria: o baixista e compositor Almir de Oliveira, o cantor e compositor Marco Polo, o guitarrista Paulo Rafael, e ainda o, já falecido, percussionista Agrício Noya. Quanto aos outros dois integrantes, também já falecidos ­ o baterista Israel Semente Proibida e o guitarrista Ivson "Ivinho" Wanderley ­ o advogado explica porque não figuram no requerimento: "Os familiares têm direito, sim, tanto que é o caso do Agrício, que faleceu no final do ano passado Mas, pelo que o Almir me disse, os familiares do Israel não demonstraram interesse no requerimento, até o momento. E os familiares do Ivinho não providenciaram a documentação também, por enquanto".

Fernando Antunes entrou na história do Ave Sangria vendo o documentário Ave Sangria: Sons de Gaitas, Violões e Pés, projeto experimental, para conclusão do curso de jornalismo, de Raynaia Uchôa, Rebeca Venice e Thiago Barros, de 2008: "A fala do Almir, quando ele conta que tinha que tocar para a polícia federal, me chamou atenção porque eu não sabia o que estava por trás do fim da banda. O livro Do Frevo ao Manguebeat (editora 34), mostra bem a história da banda. Eu estava na Comissão da Verdade, tivemos umas reuniões com a Comissão Estadual e percebemos como a ação da censura não era muito conhecida, aí, nem pelos membros da comissão local. A gente fez um trabalho de buscar documentos, de conversar com o pessoal, pesquisar".

Ele então entrou em contato com Marco Polo e com Almir de Oliveira, que falaram com os outros ­ Paulo Rafael e parentes dos integrantes falecidos. "Eu nem sei quanto ele está pedindo de indenização, mas o que a gente deseja, na realidade, é mais uma questão de conforto moral. Quero que o Estado brasileiro reconheça que cometeu uma injustiça", comenta Marco Polo. Ele não sabe se o parecer será favorável à banda, mas não tem dúvidas de que a ação da censura retirando o disco das lojas foi fundamental para o fim da Ave Sangria. 

José Teles
JC online

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