O fantasma da seca no sertão!
O feijão de arranca enfeita a "broca"
E um sapo faminto deixa a toca
Quando ver mariposa e tanajura
A lagarta mastiga a folha dura
De uma galha do pé de algodão
E a espiga no bico do cancão
Vai servir de café, almoço e janta
O trovão de janeiro é quem espanta
O fantasma da seca no sertão!
Uma dona de casa apronta a lata
E uma lágrima guardada é quem hidrata
A pupila dos olhos do vaqueiro
Só precisa uma chuva no terreiro
Pra que um pé de maxixe rasgue o chão
No roçado, um caroço de feijão
Com três dias na cova se levanta
E o trovão de janeiro é quem espanta
O fantasma da seca no sertão!
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