Fotografia: Blog Tabira em Debate |
Dos nossos restos mortais;
Ambição, ódio e vingança
Ficam do portão pra trás,
Porque, do portão pra frente,
Todos nós somos iguais.
Geme o vento atrás do monte;
Um cururu toma banho
Na água fresca da fonte
E a lua dorme emborcada
No colchão do horizonte.
Ficou verde o arrebol,
A babugem cobre o chão;
Parece um verde lençol,
Cicatrizando as feridas
Das queimaduras do sol.
No Nordeste brasileiro:
De verde, só aveloz,
Papagaio e juazeiro,
Que o Nordeste, pra sorrir,
Tem que Deus chorar primeiro!
quando a mãe para o céu vai.
Os filhos se cobrem em prantos;
O caçula diz: ô pai,
Não vê, mamãe ta dormindo!
Abra o caixão que ela sai!
cantar pra o meu público fã,
que Deus, em forma de nuvem,
está por detrás da chã
pra ver o rosto do dia
nos espelhos da manhã.
Sinto de Deus o poder,
Um sopro espatifa as nuvens
Para o dia amanhecer,
Deus enfeita o firmamento
E a vassoura do vento
Varre o céu pra o sol nascer.
Que a garganta está cansada!
Já vejo nos horizontes
Os reflexos da alvorada
E a noite sentindo dores
Pra ser mãe da madrugada!
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