No leito do amor verdadeiro.
Com suas margens floridas,
Sentindo o cheiro das margaridas,
Pra no espelho das águas,
Ver o rosto do meu amor primeiro.
Meu aroma é de cangaçeiro.
Meu verso é brejeiro,
Minha fonte é natural.
Sou a cana da rapadura,
Sou o taxo que o doce apura,
Sou feito da goma da mandioca,
Do baião, do mel, da tapioca,
Do piqui, da canjica, do milharal.
Vendo os abrolhos virarem flor.
Sentindo o cheiro da vida,
A cada passada que dou.
O juízo amadurecido.
Quanto mais o tempo passa,
Mais do clima sou favorecido.
Não abro mão da vida.
Finco o pé e mostro raça,
Sou o caçador, não sou a caça,
Não me sinto por nada vencido.
A lua é a deusa da noite clara.
Quem manda em mim, sou eu,
O coração é quem se declara,
O amor só não vem logo,
Porque sua tez é rara.
Recife - Pe 06/04/2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário