Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Poesia: "No oceano da seca", um poema de Lima Júnior


No Oceano da Seca

O sol se desdobra por cima da serra
Rasga-se a cortina de luz no horizonte
E as valas do rio se vistas da ponte
Parecem trincheiras de um campo de guerra.
A cabra sem força caída inda berra
Vendo seu cabrito morrer sem mamar,
Coivaras de bichos lançam pelo ar,
Fumaça dos restos mortais no nordeste
Eximindo a terra dos riscos da peste
Que leva temores pra beira do mar.

Com a cinza da seca nos dias tristonhos
O céu perde as cores aos olhos do mundo,
Açude e lagoa, com rachões no fundo
São fendas funéreas, sepulcro de sonhos.
Ossadas ladrilham, os vales medonhos
O chão desidrata, causando pesar
O uivo do vento parece gritar
Com a dor das feridas do nosso sertão
Retalhando as vidas que há sobre o chão
Dentro das caatingas distantes do mar.

De longe, o mormaço no chão mais parece
O corpo da terra fritando e gemendo,
Oscila a imagem, treme parecendo
Que até as pedras tão fazendo prece.
Clama-se por chuva, que não aparece
Até mesmo pranto parece faltar,
Aves quando cantam, cantam com penar
A saga de um povo e o seu triste destino
Que resiste as secas do chão nordestino
Distante das matas que cercam o mar.

Vejo um sertanejo partir sem transporte
Tangendo um cachorro fiel companheiro,
Rompendo a fronteira do próprio terreiro
Sem rumo traçado mirando na sorte.
Seguido de perto, pela própria morte
Vai cambaleando temendo parar
Não encontra sombra para repousar
Aves de rapina o agouram no espaço
É a fé e a seca na queda de braço
Nada parecidos com a beira do mar.


 Lima Júnior
Júnior Lima

Facebook do Autor

Nenhum comentário:

Postar um comentário