Com eles a sequidão
O nordeste pega fogo
Fica mais quente o sertão
Pras bandas do meu lugar
Açudes chegam a rachar
A água some do chão.
Mas quando bate é quente
Porém na boca da noite
Ele bate diferente
O Aracati afamado
Deixa mais refrigerado
O nosso sertão ardente.
O vaqueiro calejado
Que repete sua saga
No remanejar do gado
Recomeça o sofrimento
O aboio é um lamento
Parece um canto chorado.
Tentando se refrescar
Passarinhos sapateiam
No açude a secar
No cantinho do terreiro
Vejo seco o cajueiro
Que chegou a me encantar.
Meu fado deu-me traquejo
Sou ave de arribação
Em voo de remanejo
Do meu sertão não desisto
Na minha sina persisto
Com meu canto sertanejo.
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