Certa vez o poeta Rogério Meneses estava fazendo uma cantoria e alguém deu o seguinte mote:
"NÃO EXISTE CIDADE PRA MUDAR
OS COSTUMES QUE EU TROUXE DO SERTÃO".
O poeta paraibano fez as seguintes estrofes:
Levo o pente redondo aonde for
E quando como um pirão de corredor
Ainda bato o tutano e chupo o osso.
No café, no jantar e no almoço
Agradeço a jesus numa oração
Pela vida, o amor, a paz, o pão
Que até hoje não faltam no meu lar
Não existe cidade pra mudar
Os costumes que eu trouxe do sertão.
Tem na hora que a gente quer comer
Mel de abelha no favo pra beber
Leite puro espumando na caneca.
E depois do almoço uma soneca
No cimento, sem forro e sem colchão
Que quem vive na paz, até no chão
Dorme bem qualquer hora que deitar
Não existe cidade pra mudar
Os costumes que eu trouxe do sertão.
Vaquejada, repente e serenata
Eu odeio essa história de gravata
Que parece uma corda em meu gogó.
O mais belo e mais rico paletó
Eu por ele não troco o meu gibão
Meu cavalo eu não dou num avião
Que eu nasci foi pro chão e não pro ar
Não existe cidade pra mudar
os costumes que eu trouxe do sertão.
Porque sou sertanejo à moda antiga
Meu cigarro é na palha da espiga
Uso fumo do bom de arapiraca.
No almoço eu não uso garfo e faca
Que eu amasso o feijão na minha mão
Picadinha, buchada e rubacão
Eu não troco em sushi nem caviar
Não existe cidade pra mudar
Os costumes que eu trouxe do sertão.
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