As comportas divina traz riqueza
As gotas sagradas pra o chão molhar.
O chão seco vai beber pra saciar
E sem aguentar jorra pra represa
Vai cumprindo o ciclo da natureza.
O relâmpago acende seu clarão
Pra logo chamar o estrondo do trovão
Minha mãe puxa a telha pra pingueira
Não molhar a casa com a goteira
Enquanto vó de joelho faz oração.
De manhãzinha semeia no roçado.
A semente do milho abençoado
O carão numa estaca canta a canção
Vai açoitando o fantasma do verão.
Tiziu pula por entre o marmeleiro
Vejo a serra coberta por nevoeiro
Ficar esperando o sol do dia clarear
A notícia no rádio vem retratar
As bênçãos pra o povo hospitaleiro.
Dos sabores que tento desvendar.
Desse jeito não tem jeito de parar
Nas trelices dos desejos do calor
Nas loucuras silenciosa do amor.
O seu corpo tem o mel do embaraço
Venha envolver com teu meigo abraço
Este ser frágil que não tem proteção
Surrado, maltratado, sem razão
Que sem ter noção caiu no teu laço.

Facebook do Autor
Nenhum comentário:
Postar um comentário