Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Poesia: "Orgulho em ser filho desse chão", um poema de Carlos Aires


ORGULHO EM SER FILHO DESSE CHÃO















Eu criei-me em meio aos cafundós
Meu reduto de origem foi a brenha;
Onde a trempe de pedra e o fogo a lenha
Cozinhava o feijão pra todos nós,
Foi assim com meus pais e meus avós
E com todos daquela região;
Do juá se fazia um bom sabão
E pra noite, o clarão de um candeeiro,
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
Com cuscuz de moinho e com xerém
Fornecia alimento a cabroeira,
Ovo frito com charque e macaxeira;
Todo mundo comia, e muito bem!
Lá, a feira era feita em armazém,
O dinheiro que usava era o tostão,
Alpercata calçava porque não,
Possuía um calçado domingueiro,
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
Beiju feito embaixo da farinha
Com a massa comum da mandioca;
E da goma fazia a tapioca
Para se merendar de tardezinha;
Fava verde com carne de galinha,
Pro almoço, a perfeita refeição;
A buchada de um bode, um bom pirão,
Com cachaça, debaixo de um sombreiro.
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
Meu sotaque, preservo em cem por cento,
Não me importa que zombem, simplesmente,
Pronuncio o “prumode” e o “oxente”
Sempre irei persistir no rudimento;
Com a linguagem rural eu me contento,
Pois prefiro viver sem instrução
Que deixar os princípios do sertão,
Já que sou dos costumes seu herdeiro!
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
O que ver no nordeste só pobreza
Está distante e aquém dessa estrutura,
Pois os níveis mais altos da cultura,
São daqui desse solo com certeza;
É um celeiro artístico de grandeza,
Em que corre na veia a tradição,
Dominguinhos, Sivuca, Gonzagão;
É daqui também Jackson do Pandeiro,
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
No cenário humorístico segue avante
Chico Anízio, um estro cearense,
Temos outro gigante que pertence,
A esse solo, que é Tom Cavalcante;
O talento ali se fez constante,
Zé Modesto, Zebrinha, o bom Falcão,
Rossicléa e Renato Aragão,
Ciro Santos e Augusto Bonequeiro;
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
No reduto de grandes escritores
Nossa terra se solta, se redime;
A Bahia foi berço, de Caimme,
Jorge Amado mostrou os seus primores;
Ariano deixou os seus valores,
Em trabalhos que orgulham a Nação,
Descrevendo as histórias do rincão,
De onde foi defensor alvissareiro;
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
E falando em poetas cantadores
Não ficamos atrás nesse caminho,
Otacílio Batista e Canhotinho,
Dimas, Louro e Jô, foram temores,
Nessa mina do Pajeú das Flores,
São José do Egito é campeão,
Lugar fértil em que nasceu Cancão,
Mas o “Rei” foi o Pinto de Monteiro;
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
Surubim foi o berço de Chacrinha
Assim como também foi de Capiba,
Zé Ramalho nasceu na Paraíba,
Fortaleza é a terra de Amelinha;
Salvador deu origem a Gordurinha,
Potiguar, foi Elino Julião,
Se de Serra Talhada é Lampião
É também Assizão, o forrozeiro,
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
Mas, se for relatar grandes atores,
O nordeste não foge desse rumo,
Boa parte da mídia faz consumo,
De talentos que vem desses setores,
E atuam nos palcos promissores,
Dos teatros, ou da televisão;
Entre tantos eu faço a citação,
José Wilker nasceu no Juazeiro; CE.
Eu nasci no nordeste brasileiro
E me orgulho em ser filho desse chão!
Carlos Aires - 10/Nov/2014
Proseando  na sombra do juazeiro
Jornal Besta Fubana

Nenhum comentário:

Postar um comentário