
Segundo o genro e assessor pessoal de Ariano, Alexandre Nóbrega, ao ler o pedido publicado no jornal, o dramaturgo ratificou não gostar de gibis, embora simpatize com os traços do quadrinista. “Ele [Ariano] só não terá condições de participar da adaptação, mas pode ser feito, sim”. A notícia foi recebida com alegria pelo ilustrador, cujos primeiros esboços da HQ foram cedidos com exclusividade ao Diario (veja abaixo).
Jô Oliveira já ilustrou mais de 60 livros infantis, voltados para a educação e promoção da leitura. Futuramente, ele planeja adaptar Ariano Suassuna para crianças, assim como fez com obras de Shakespeare. “É possível transformar a história para o público infantil ter acesso ao texto de uma maneira menos pretensiosa, mas que desenvolva o gosto pela obra. Quando lido com o texto, utilizo desenhos narrativos, acoplados com a história. Tenho visão de educador”.
RELEMBRE >>> ASSISTA A UM TRECHO DE "O AUTO DA COMPADECIDA" NA ADAPTAÇÃO DE GUEL ARRAES
ILUSTRAÇÕES COMENTADAS
DEPOIMENTOS >>>>>>>>>>>>>>
João Denys - diretor de teatro
"A transposição entre plataformas é outra linguagem. Não há perigo algum. Quando você transpõe a literatura de Ariano para os quadrinhos, aquilo não é mais Ariano. É somente uma literatura perpassada pela imagem, pelo desenho.
Pouco importa quem será o roteirista, se o próprio Ariano, se outro alguém, porque é algo novo, um outro estabelecimento de olhar. Não há essa história careta, ultrapassada de que vai "trair a obra". Desde sempre a obra de arte serviu de base para outras obras de arte, outras linguagens. Ariano já é tão louvado, que não corre nenhum risco, assim como não correm riscos o ilustrador e a nossa cultura”.
Thiago Corrêa – crítico literário e editor da Revista Vacatussa
"Nada mais natural do que essa adaptação. Até me surpreende que só venha surgir agora. Há pelo menos oito anos, começou um movimento de levar obras consideradas clássicas para os quadrinhos, entre elas muitos contos de Machado de Assis.
Naquela época, li alguns quadrinhos e notei que eles pecavam por serem muito fiéis ao texto original. No caso de O auto da Compadecida, por ser uma peça de teatro, acho que vai funcionar. Não precisa manter um "perfeito respeito" com a obra. Além do mais, é basicamente construída em diálogos, sem tanta descrição de cenários. Talvez seja mais fácil"..
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