Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Música: A volta do violão flamenco de Paco de Lucía

Depois de uma ausência de 16 anos, o mito da música espanhola vem ao Brasil acompanhado de jovens instrumentistas e admite: ‘Meu estilo hoje é mais sentimental’


Habitué do Brasil, dessa vez Paco trará a família: “Quero ver Copacabana, o mar, o Pão de Açúcar, o Corcovado...”
Foto: Divulgação

RIO - Pergunte ao violonista espanhol Paco de Lucía o que ele irá tocar em sua série de concertos brasileiros (sábado e no dia 8, no Teatro Municipal do Rio; no dia 10, no Oi Araújo Viana, em Porto Alegre; e no dia 11, no Teatro Renault de São Paulo), e a resposta será muito simples: música flamenca.
— Da mais pura tradição do flamenco ao que há de mais moderno nele — conta por telefone, de um hotel em Lima, Peru, o músico de 65 anos, grande estrela do jazz e talvez o maior divulgador do violão espanhol no mundo. — O flamenco goza hoje de ótima saúde, está crescendo cada vez mais. Ele passou muitos anos preso ao passado, aferrado a tradições muito talibãs, mas a partir de mim houve uma abertura. Foi uma porta que eu e Camarón (de La Isla, cantor espanhol, mito do flamenco, morto em 1992) abrimos para que entrasse ar fresco e os jovens pudessem se sentir mais livres e criativos.
Para os shows brasileiros (o do dia 8 já com ingressos esgotados), Paco traz consigo os mesmos músicos com os quais gravou em 2010 um álbum ao vivo: Alain Perez (baixo), Antonio Serrano (gaita, teclados), Antonio Sanchez (violão), Israel Suarez (percussão), Antonio Flores e David Maldonado (vocais). O dançarino Antonio Fernandez acompanha a trupe.
— São músicos jovens, com muita energia, que conhecem a minha música desde que nasceram, o que me estimula muito a tocar. E hoje nos conhecemos muito bem, o que me dá muita confiança — diz Paco, hoje um músico muito diferente daquele que despontou, ainda adolescente, nos anos 1960. — Quando jovem eu era um violonista com muita facilidade para tocar as músicas, tinha muita velocidade, conseguia impressionar o público com a minha técnica. Com o tempo, a gente deixa de lado certas coisas. Agora valorizo a expressão, o sentimento. A técnica está a serviço da música, não está lá apenas para provocar deslumbre no público. Hoje meu estilo de tocar é mais sentimental.
Paco de Lucía chega ao Brasil em meio a sua primeira turnê latino-americana em 16 anos. Uma longa ausência que ele tenta explicar:
— Sabe, você vai ficando maior, e há muitos países na Europa, que é mais próxima... Bom, sempre fui muito aventureiro e sempre gostei da América Latina, que é onde fui mais feliz do que em qualquer lugar do mundo. Mas comecei a ficar cansado das viagens. Também me casei de novo, tenho filhos pequenos (Antonia, de 12, e Diego, de 7), e não queria que acontecesse como no meu primeiro casamento, quando não vi meus filhos crescerem. O que aconteceu recentemente é que me veio uma nostalgia do pessoal do Brasil, da Colômbia, do México...
No intervalo de quase uma semana entre os dois espetáculos cariocas, o violonista ficará no Rio mesmo, matando saudades.
— Será bom, porque estamos correndo muito com essa turnê. Vou com a minha família, quero ver Copacabana, o mar, o Pão de Açúcar, o Corcovado... Estou louco para chegar aí!
As boas memórias que Paco de Lucía tem do Brasil são muitas: de jantares com Tom Jobim no Plataforma (“Ainda está aberto?”) e de encontros com Raphael Rabello (“Um grande amigo e grande violonista, que eu adorava, chorei muito a sua morte”) e da música de Baden Powell (“Que ouvi quando eu era muito jovem e que me ajudou a tocar de outra maneira”). Agora, um novo astro do violão o intriga.
— Ouvi muito falar de Yamandu Costa, mas ainda não escutei a sua música. Quando chegar aí vou perguntar quais seus melhores discos.
Notório no jazz por seu saudoso trio com os guitarristas Al di Meola e John McLaughlin, Paco também deixou sua marca na música de rádio, participando das populares gravações do “Oceano”, de Djavan, e do “Have you ever loved a woman”, de Bryan Adams.
— Tocar em “Oceano” foi um acerto, porque me deu a oportunidade de conhecer um músico extraordinário, de uma originalidade que me emocionou — elogia o violonista. — Já o Bryan Adams, bem, ele me chamou até a Jamaica, onde estava gravando música para um filme (“Don Juan de Marco”, de 1994). Fui para lá em férias com a minha família. Ele tinha improvisado um estúdio em uma mansão antiga, em estilo colombiano. E a verdade é que eu me diverti muito com aquilo. O resultado final foi interessante.
Há cerca de um mês, Paco de Lucía terminou mais um álbum (“o meu penúltimo, como dizemos em espanhol, para não dar má sorte”), com novos arranjos para temas populares da Andaluzia, que ele ouvia quando criança.
— Era um disco que eu queria fazer há muito tempo, mas nunca encontrava a atitude certa. É um trabalho muito caro para mim, só não sei se o público vai conhecer muitas dessas canções.

Silvio Essinger
O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário