quarta-feira, 24 de julho de 2013

Poesia: Templário da cruz perdida, por Virgílio Siqueira

                                                                                                     

Templário da cruz perdida

Projetarei meus versos
Sem catapultas; sem câmeras
Classificando-os em lívidos e rútilos

Serão meu testemunho tácito; aceso
Atiçado ao bolorento bojo do tempo

O que fluiu até aqui, retinira em mim
E o que daqui adiante resistirá, enfim

Serão palavras cavalgadoras
De plagas nunca dantes cavalgadas
Em expressões devastadoras
Das vagas nunca dantes navegadas

Versos curtidos; intactos e convictos
Por escolhidas partículas compostos
Em ofício luminoso e árduo

Objetivos dispersos, qual fogo-fátuo
Quando expostos e dispostos
À luz do jogo prático

Refratários e, às claras, concebidos
À escuridão nunca dantes aclarada
Nunca esquecida; sempre venerada
À cruz perdida; longe encontrada

Sedimentos de artifícios abrasivos
Refulgidos à luz do imaginário
Sonidos de longínquas árias

Reacendidos de sucumbidas memórias
Quando à deriva, recompostos
Ofertados ao visionário

Enquanto preciosos; resguardados
Incontidos, em reflexivo relicário

Virgílio Siqueira  

Fonte: Facebook

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