Infância No Pajeú
Lembro bem do meu tempo de menino
Sobre as margens do “Pajeú das Flores”,
Quando olhava os sublimes esplendores
Aumentando o meu sonho pequenino.
Era um tempo feliz e cristalino
Tendo a frente às águas da esperança;
Mergulhava o meu mundo de criança
Na corrente sutil da inocência,
Vendo as águas cristais da consciência
Sobre o leito da vida numa dança.
Eu saltava da ponte da bondade
Sobre as águas do meu mundo de sonhos;
Mergulhava nos versos bem risonhos
Dos poetas com cantos de verdade.
Eu buscava encontrar profundidade
Sob as águas do rio da fantasia;
Encontrava as correntes de poesia
Nos remansos de versos encantados,
E fazia dos braços muitos nados
Pra cruzar o meu mundo de magia.
Lembro bem do meu corpo bem maneiro
Flutuando nas águas cristalinas,
Vendo mil borboletas pequeninas
Disputando uma flor de puro cheiro.
Um soneto de Jó leve e faceiro
Balançava na pétala de uma flor,
Derramando os orvalhos do amor
Sobre o cálice da lírica saudade;
Esse tempo bucólico que me invade
São lembranças dum mundo sonhador.
Sobre a tela da mente sempre vejo
Eu menino, fazendo pescarias,
Meu anzol só pescava as poesias
Para encher o meu peito sertanejo.
No meu Ser o relâmpago em lampejo
Lembra as noites de inverno no sertão;
O meu peito estremece com trovão
Relembrando o passado da infância,
Agitando a minha alma numa ânsia
Pelo sonho que traz recordação
Gilmar
Leite
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