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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Poesia: "Eulália!" Para lembrar Rogaciano Leite

``Não sou um Manuel Bandeira/ Drumond, nem Jorge de Lima/ Não espereis obra prima/ Deste matuto plebeu/ Eles cantam suas praias/ Palácios de porcelana/ Eu canto a roça, a cabana/ Canto o sertão que ele é meu``.
Rogaciano Leite








 

Eulália

Deixei-a solitária por uns dias
Enquanto melhorava do ciúme,
E sai pra evitar muitas porfias
Que entre nós já se davam de costume.

Neste tempo eu andava arruinado!
As brigas entre nós, freqüentemente
Transformaram a abelha do passado
Numa aranha de dor sempre presente!

Então o inseto que fazia, outrora,
Mel de caricias na feliz colméia,
Vinha fazendo entre nós, agora,
O fel da vida – numa horrível teia!

Corri mundos... Andei por terra estranha
Procurando renúncia, esquecimento...
Mas dia-a-dia se infiltrava a aranha
Na teia enorme do meu pensamento!

Mandava-lhe presentes de onde estava
Escrevia-lhe cartas carinhosas
Pedindo que esperasse que voltava
E novamente nasceriam rosas...

Mas, uma noite, (Triste noite, amigo!)
Eu entrei num cassino... (Que amargura!)
Ai! Não chores de ouvir o que te digo
Nem te rias da minha desventura!

A sala estava cheia de cinismo
Dos que, no vício, vão matar a sede...
Era um antro de fumo e alcoolismo
Com visões sensuais pela parede!

O perfume de bétulas e de sândalos
Rescendia da carne e sedas finas,
E a luz envergonhada dos escândalos
Parecia tremer... Sob as cortinas!


A dona do cassino, a abelha-mestra
Do cortiço infeliz, torpe e devasso,
Dava bebida aos maganões da orquestra
E mandava agitar sempre o compasso...

Enquanto os instrumentos gargalhavam
Na frivolência do pagode insano,
Eu distinguia as notas que choravam
Nas cordas ultrajadas de um piano!

Mas tarde, (Era o intervalo do pecado!)
Enquanto a orquestra demorava o ensaio,
A pianista curvando-se ao teclado,
Dedilhava a canção ROSA DE MAIO...

Era aquela canção – quando partimos –
A que eu, Eulália tocava todo mês...
Pois foi no mês de maio que vimos,
Eulália e eu – pela primeira vez!

Recordando... Saudade... Sofrimento...
Aproximei-me sem saber por quê...
Era Eulália que estava no instrumento!
Sim, Eulália... Vestida de “soirée”!

Quando me viu eu vi também seu vulto
Afogar-se nas brunas de um desmaio...
E até hoje em minh’alma um piano oculto
Vive sempre a tocar ROSA DE MAIO!...

Rogaciano Leite

CANTIGAS E CANTOS

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