Fotos raras e reproduções de ingressos, cartazes
e credenciais de acesso a shows fazem parte de ‘Tesouros da banda’, de Glenn
Crouch
RIO - Veterano
profissional da indústria fonográfica na Inglaterra, Glenn Crouch reuniu fotos
raras e reproduções de ingressos, cartazes e credenciais de acesso a shows dos
Rolling Stones, com os quais trabalhou por 11 anos na gravadora Virgin, no
livro ‘Tesouros da banda’ (Nova Fronteira), em que conta meio século de
história do grupo.
Quanto tempo o senhor demorou fazendo a pesquisa para o livro?
Buscava algo em particular? É difícil encontrar uma forma de contar uma
história tão conhecida?
Como tinha trabalhado com a banda por 11 anos e já era fã deles
muito antes disso, a pesquisa foi mínima. Tenho uma grande biblioteca de livros
dos Stones, além, obviamente, da internet ao meu dispor, então o que fiz foi
principalmente verificar se os fatos que tinha em mãos eram verdadeiros! É
mesmo difícil recontar uma história que todos os fãs já ouviram mil vezes. O
que fiz, então, foi tentar manter meu texto interessante e ilustrado,
especialmente quando falava dos discos.
O senhor buscou um equilíbrio entre texto e imagem desde o
começo?
Eu quis revisar a história dos Stones do começo ao fim, porque
já se escreveu muito sobre os anos 1960 e sobre o período “clássico” entre
“Beggars banquet” (1968) e “Exile on Main St.” (1972), e nem tanto assim sobre
os 40 anos que vão de 1972 a 2012! Claro, era importante buscar fotos
interessantes que não tivessem sido muito publicadas.
Ainda há histórias desconhecidas sobre os Rolling Stones? Alguma
que o senhor conheça mas tenha preferido não incluir no livro? E as fotos,
algumas boas ficaram de fora?
Tenho certeza de que há muitas histórias que não foram contadas!
Afinal, existem biografias de Keith (Richards), Ronnie
(Wood) e Bill (Wyman), mas nada de Mick (Jagger), Charlie (Watts) ou Mick Taylor. Eu só
sabia das histórias do período em que trabalhei com eles. Não deixamos nenhuma
foto de fora, mas seria bom ter tido mais páginas (o livro, em sua
edição brasileira, tem 62).
Como foi a busca pelos ingressos, canhotos e outros materiais
impressos? Foi difícil? Como foi a reação dos fãs?
A memorabilia é o aspecto mais fascinante do livro — Matt Lee,
que nos forneceu tudo, tem a coleção mais espetacular. Os fãs adoraram aquilo
tudo! Algumas coisas são muito raras, e valem muito dinheiro. Matt viaja pelo
mundo há anos colecionando esses itens.
Na sua opinião, quais são algumas das imagens e histórias mais
preciosas?
As mais antigas, especialmente as histórias da infância e dos
anos pré-Stones. A história mais recente também é fascinante, porque não é tão
bem documentada quanto os anos clássicos. Tenho um interesse especial nos
relacionamentos, principalmente aquele entre Mick e Keith, e a forma como eles
trabalham juntos nos dias de hoje.
O senhor acha que as histórias de bandas como os Stones e o Led
Zeppelin (que
também tem um livro na coleção “Tesouros do rock”) são uma ferramenta importante para se entender a história
britânica recente?
Sim, porque eles são uma parte muito importante da história
social recente de um período artístico incrivelmente fértil.
Os livros de rock são um nicho importante do mercado editorial
atual?
Sim, especialmente quando o artista em questão tem uma história
tão rica. O material recente sobre David Bowie é espetacular.
O senhor entrou em contato com os Rolling Stones quando estava
organizando o livro?
Como ele não é oficial, não. Mas fiquei feliz em ver que eles
publicaram um link para o livro em sua página no Facebook!
Qual a sua opinião sobre os Rolling Stones neste milênio? Sua
história recente vale um livro?
Estou interessado em saber se teremos um último disco, e
adoraria ver lançada uma série como “Anthology”, dos Beatles. Não sei se estão
pensando em um livro!
BERNARDO ARAUJO
o globo
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