| Lia prepara show de lançamento do disco e se apresenta dia 4 de agosto em Belo Horizonte Mônica Imbuzeiro / Agência O Globo |
RIO - Lia Sophia nasceu
em Caiena, na Guiana Francesa, terra de zouk. Aos três anos de idade, foi para
Macapá, onde cresceu ao som de ritmos locais como batuque e marabaixo. Aos 16,
aportou em Belém do Pará. Lá, além do carimbó, do brega e de outras riquezas
musicais, ela descobriria com amigos a música mais intimista de Marisa Monte e
João Gilberto. E só então aí, enfim formatada como cantora de MPB, partiria
para outros cantos. Agora, com “Lia Sophia” (seu quarto álbum, que sai daqui a
alguns dias pela Natura Musical), chegou a hora de refletir sobre o que ficou
para trás. Primeiro lançamento depois do sucesso da música “Ai menina”
(incluída na trilha da novela “Amor eterno amor”), esse é, em suas palavras,
“um disco dançante, quente, com os temperos do Pará”.
—
Eu queria mostrar o que a nossa cultura tem de diferente. Esse é um disco pop
que tem a sua raiz — alega a cantora, que se viu recentemente incluída em uma
onda de descoberta da nova música paraense, junto com Felipe Cordeiro (que toca
guitarra no disco e tem sua parceria com Lia, “Um beijo”, nele gravado), Dona
Onete (de quem ela levou para o álbum a canção “Quando eu te conheci”), Gang do
Eletro e Gaby Amarantos (com quem Lia vai fazer shows nos EUA e na Europa). —
Meu disco é a história dessa música que sempre foi fervilhante e que só agora o
Brasil está descobrindo. Porque teve um tempo de trevas em que ninguém queria
ouvir muita coisa do Pará.
“Lia
Sophia” foi produzido pela cantora com Luiz Félix Robatto (guitarrista do grupo
La Pupuña, que fez o disco “Treme”, de Gaby, junto com Carlos Eduardo Miranda).
Segundo ela, Félix fez a diferença em relação aos seus discos anteriores,
“Livre” (mais pop, de 2005), “Castelo de luz” (calcado na sonoridade das big
bands, de 2008, que angariou elogios de Nelson Motta) e “Amor amor” (com
recriações do brega paraense, de 2009).
—
O Félix tem uma leitura boa do que é a nossa guitarrada, o nosso merengue, o
nosso carimbó, sem ser aquela coisa popularesca. Essa é uma música jovem, pop,
que pode tocar em qualquer rádio do Brasil.
Com
shows de lançamento ainda a serem marcados (em 4 de agosto, porém, ela se
apresenta em Belo Horizonte, como parte do festival Natura Musical), “Lia
Sophia” é um claro resultado do êxito de “Vai menina”, faixa do EP “Salto
mortal”, lançado na internet.
—
As pessoas começaram a baixar a música loucamente e começou um rebuliço — conta
Lia. — Costumo enfatizar o momento que estou vivendo. O trabalho acaba surgindo
naturalmente, não é algo que se calcula tanto assim.
Silvio Essinger
O Globoo
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