sábado, 8 de junho de 2013

Lançamento » Gonzagão da valsa, do fado e do samba

Instituto Memória Brasil/Divulgação
Instituto Memória Brasil/Divulgação

No ano passado, o Brasil reverenciou os 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga. Filme, discos, livros, reportagens especiais e shows celebraram a vida e a obra do músico, que gravou cerca de 625 composições, distribuídas em diversos discos. Além de xotes, toadas, marchas juninas, arrasta-pé e, claro, baião, o Velho Lua também se aventurou por outros ritmos como maxixe, carimbó, choro e até fado. Produzido pelo jornalista e pesquisador Assis Ângelo, o CD O samba do Rei do Baião (Genesis Music/Tratore) apresenta ao público esse lado pouco conhecido de um dos maiores artistas do país.

De acordo com Ângelo, a ideia surgiu há alguns anos quando juntou mais de 40 canções creditadas em nome de Luiz Gonzaga e dos parceiros dele, Humberto Teixeira e Zé Dantas. “São músicas que Gonzaga jamais gravou. Tarefa que ele delegou a intérpretes das suas proximidades como Francisco Carlos, El Broto, Marlene, Isaura Garcia, Carmen Costa (a primeira cantora a gravar música dele), Augusto Calheiros e José Tobias, que ainda vive no Recife”, comenta o paraibano que mora desde meados da década de 1970 em São Paulo e que nunca perdeu o sotaque nordestino.



Boa parte dessas obras foi registrada apenas em discos de 78 RPM. “No CD há músicas inéditas na voz do Rei: o fado Ai, ai, Portugal; a valsa DúvidaTudo é baião e o samba Meu pandeiro, gravada por Cyro Monteiro, em 1947. É um disco didático e gostoso de ouvir”, exalta Assis Ângelo.


No total, o repertório do novo disco é formado por 14 faixas interpretadas pela paraibana Socorro Lira - eleita a melhor cantora na categoria regional, do 23º Prêmio da Música Brasileira 2012 - e por Oswaldinho do Acordeom. Os arranjos são do maestro Jorge Ribbas, que nasceu em Garanhuns (PE), mas mora em Campina Grande (PB).
 
Assis conta que não teve dificuldade
 em escolher os músicos para participar do projeto e especificar a função de cada um no álbum. Um dos destaques, devido à sua importância histórica, é Osvaldinho da Cuíca. 

Os maxixes e samba ficaram sob responsabilidade desse que é praticamente um ícone vivo do samba paulista, autor de dezenas de sambas de enredo feitos para escolas paulistanas e mestre na arte de tocar pandeiro e, claro, do instrumento de percussão que carrega em seu nome artístico. 

Assis Ângelo dirige em São Paulo o Instituto Memória Brasil (IMB), entidade que preserva mais de 150 mil documentos sobre Gonzagão e a cultura popular em geral. “Pretendemos produzir mais três discos só com inéditas de Gonzaga. Estamos abertos a parcerias”, informa Ângelo.



AD Luna - Diarios Associados

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