sexta-feira, 10 de maio de 2013

Poesia: Leonardo Bastião, poeta popular e folclórico
















EU TAMBÉM PLANTEI SAUDADE
NUMA PEQUENA PANELA
SÓ DE QUINZE EM QUINZE DIAS
É QUE EU BOTAVA ÁGUA NELA
PR’ELA NÃO CRESCER DEMAIS
E MATAR QUEM CUIDAVA DELA

EU NÃO ADIVINHO A MORTE
PORQUE DEUS NÃO QUER ASSIM
MAS AS DOENÇAS QUE EU SINTO
E AS “DOR” QUE SE ARRANCHA EM MIM
DÁ PRA PERCEBER QUE A VIDA
TÁ MUITO PERTO DO FIM

NA MOCIDADE EU NÃO PUDE
VENCER OS PLANOS QUE FIZ
A VELHICE ACOMPANHOU
JÁ FEZ DE MIM O QUE QUIS
COM TANTA VELOCIDADE
QUE DEIXOU A MOCIDADE
NUMA DISTÂNCIA INFELIZ

QUEM JÁ PASSOU DOS SESSENTA
DO SEU FUTURO TEM MEDO
QUE O TEMPO ANDA MAIS VEXADO
PRA CHEGAR NO FIM MAIS CEDO
DEPOIS DO FIM É A MORTE
DEPOIS DA MORTE É SEGREDO

NO DIA QUE EU MORRER
A MINHA VIDA SE ENCERRA
VOU PRESTAR CONTA A JESUS
ÚNICO JUIZ QUE NÃO ERRA
E PAGAR PELOS PECADOS
QUE FIZ EM CIMA DA TERRA


VERSOS ENGRAÇADOS 


PRA MULHER EU TOU PERDIDO
QUE A PEITICA ENTRISTECEU
DEPOIS DOS SESSENTA ANOS
SABE O QUE ACONTECEU?
SE APOSENTOU EU E ELA
E SÓ QUEM RECEBE SOU EU

VELHO ATRÁS DE MULHER NOVA
FAZ É PERDER O CARTAZ
QUANDO ELAS “COME” O DINHEIRO
SABE O QUE É QUE ELAS “FAZ”?
É SAIR DIZENDO AS OUTRAS
QUE O CABRA NÃO “ARMA” MAIS.

“VÉI” SE METE COM MULHER
MAS O FOGO APAGA CEDO
NA HORA “H” ELE FALHA
ENVERGONHADO E COM MEDO
DAR MAIS DO QUE PROMETEU
PR’ELA GUARDAR O SEGREDO

VÉI PABULA PORQUE QUER
MAS EU SEI QUE VELHO É FRACO
QUANDO ELE COMEÇA A VER
CABELO BRANCO NO SACO
TÁ BEM “PERTIM” DA SUVELA
NÃO ENTRAR MAIS NO BURACO.

NO SÍTIO EU SÓ TENHO AGORA
UM JEGUE E UMA CACHORRA
NEM ‘CUMÊ’  TOU DANDO MAIS
QUE EU TOU DOIDO QUE ELES 'MORRA'
PRA EU PASSAR 'UMENO' UM ANO
SEM ANDAR NAQUELA PORRA. 

Leonardo Bastião (Poeta de Itapetim -PE)

Fonte: bernardogarapa
           Poeta Pajeuzeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário