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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 11 de maio de 2013

Poesia: Giuseppe Artidoro Ghiaroni "Poema das Mães"

Giuseppe Artidoro Ghiaroni (Paraíba do Sul, 22 de fevereiro de 1919 — Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2008) foi um jornalista e poeta brasileiro.

De origem humilde, em sua juventude Ghiaroni foi aprendiz de ferreiro, ajudante de cozinha e office-boy. Ao mudar-se para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhou como redator do "Suplemento Literário" e no jornal "A Noite", de onde passou para a Rádio Nacional (ambas as empresas ficavam no mesmo edifício, na Praça Mauá, centro do Rio) onde consagrou-se como cronista daquela emissora. Foi o autor de "Mãe", uma das novelas de maior sucesso da Rádio Nacional e que em 1948 foi transformada em filme (Mãe) com a direção de Teófilo de Barros Filho.

Ghiaroni foi ainda contratado da Rede Globo. Entre outros trabalhos, assessorou Chico Anysio na década de 1990, quando este produzia a "Escolinha do Professor Raimundo".


Dia das Mães

Mãe! hoje volto a te ver na antiga sala
Onde uma noite te deixei sem fala
Dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
Porque a sina das mães é esta sina:
Amar, cuidar, criar, depois... perder.

Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
Já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
Sorrindo, o rouba, e a avelha mãe aflita
Ainda se volta para abençoá-la

Assim parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
Fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
Olhando o leito que eu deixei vazio, 
Cantando uma cantiga de ninar.

Hoje volto coberto de poeira
E te encontro quietinha na cadeira,
A cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
Não sinto que me caiba este direito.

O direito de dar-te este desgosto,
De te mostrar nas rugas do meu rosto
Toda a miséria que me aconteceu.
E quando vires e expressão horrível
Da minha máscara irreconhecível,
Minha voz rouca murmurar:''Sou eu!"

Eu bebi na taberna dos cretinos,
Eu brandi o punhal dos assassinos,
Eu andei pelo braço dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
Eu fui vilão em todas as tragédias,
Eu fui covarde em todas as batalhas.

Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
E só agora, quando chego ao fim,
Traído pela última esperança,
Esó agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim.

Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
A cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
E, me envolvendo num milhão de abraços,
Rendendo graças, diz:"Meu filho!", e chora.

E chora e treme como fala e ri,
E parece que Deus entrou aqui,
Em vez de o último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
Quase é como se o Céu me perdoasse,
Me limpasse de todos os pecados.

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
Que eu compreendo o que significa:
O filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
Mas que me beija como agradecendo
Toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
Mas tu me olhas num olhar tão doce
Que , nada tendo, não te falta nada.

Dia das Mães! É o dia da bondade
Maior que todo o mal da humanidade
Purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
Enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
Cantará a esperança para o mundo

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