Descendentes do famoso The Platters fazem show nesta sexta-feira no RE]ecife |
Não se surpreenda se encontrar por aí mais de um
conjunto vocal chamado The Platters. O quinteto original, com quatro homens e
uma mulher, teve vida curta. Foi de 1953 a 1960. Nesses sete anos, acumularam
conquistas ao lado do produtor Buck Ram. Foram o primeiro grupo vocal negro a
chegar ao topo das paradas, gravaram fora dos guetos dos selos para negros e
lideraram a onda do doo-wop – os harmoniosos grupos vocais que adoravam um eco
nos refrões. O conjunto começou a se desfazer em 1959, quando os quatro integrantes
homens foram presos após uma noite de bebedeira. A partir da década de 1960,
cada remanescente do grupo original criou seu próprio conjunto.
O The Platters que chega ao Recife nesta sexta-feira não tem, claro, nenhum remanescente original – todos já faleceram. O grupo descende do que foi criado pelo vocalista Herb Reed, o último membro a falecer, no ano passado. Foi ao lado do The Platters de Herb que o cantor BJ Mitchell (que cantou com outro Platter original, Paulo Robi) começou a excursionar em 1969, viajando pelo mundo.
O The Platters que chega ao Recife nesta sexta-feira não tem, claro, nenhum remanescente original – todos já faleceram. O grupo descende do que foi criado pelo vocalista Herb Reed, o último membro a falecer, no ano passado. Foi ao lado do The Platters de Herb que o cantor BJ Mitchell (que cantou com outro Platter original, Paulo Robi) começou a excursionar em 1969, viajando pelo mundo.
Hoje, ele é o líder do The Platters, que conta
com vocais de Ron Howard, Kevin Carroll e a brasileira Vanessa Falabella. “The
Platters sempre se diferenciou de outros grupos vocais por ter uma voz
feminina”, lembra Mitchell. A mineira Falabella foi chamada para o grupo no ano
passado, ao ser vista pelos três outros integrantes em um show em Nova York.
Esta é a 28ª turnê do The Platters pelo Brasil.
“Cantamos muito pouco nos Estados Unidos”, admite Mitchell. “Lá, geralmente fazemos
eventos fechados. Agora, pelo mundo, nós trabalhamos bastante. O Brasil é hoje
nosso principal mercado, mas viajamos muito para a Ásia. Filipinas, China,
Coreia…”, destaca o líder do grupo, afirmando que no ano passado ficaram 31
semanas em turnê.
Os integrantes do grupo acreditam que o Brasil
está no topo das turnês por conta do romantismo. “A música que fazemos é muito
clássica. Infelizmente, não encontramos mais tanto interesse por esse
romantismo nos Estados Unidos. Aqui, sempre somos muio bem recebidos. Essas
músicas ainda fazem sentido aqui”, conta Mitchell. No palco, os quatro cantores
são acompanhados por uma banda completa. O repertório é de canções de 1940 a
1960, nos anos dourados dos grupos vocais.
Inesquecíveis
Cinco pérolas românticas
do repertório do The Platters
Unchained melody
A composição de Alex North e Hy Zaret está entre as mais regravadas de todos os tempos, com algo em torno de 500 versões oficiais. Foi feita em 1955 para um filme obscuro, chamado Unchained, e levou uma indicação ao Oscar daquele ano de melhor canção original. Chegou três vezes ao topo das paradas de 1955 – cada vez com um cantor diferente. A versão mais conhecida é do Righteous Brothers, a mesma que entrou no filme Ghost, de 1990. The Platters gravou sua versão em 1956.
Only you
A música é uma composição de Buck Ram, o produtor por trás dos primeiros anos de sucesso do The Platters. Por insistência de Ram, a música foi lançada em 1954 pelo selo geral da gravadora Mercury, e não o destinado a artistas negros. Obteve sucesso apenas na regravação, com o “o” de “only” estendido nos versos iniciais.
The great pretender
Outra criação de Buck Ram gravada originalmente pelo The Platters. Chegou ao topo das paradas em 1956, ultrapassando o sucesso de Only you. Em 1987, a música voltou às paradas com a versão impactande da banda Queen, com Freddie Mercury nos vocais.
Moon river
É difícil escolher escolher qual versão da música foi mais marcante. Frank Sinatra, Louis Armstrong e Andy William fizeram gravações memoráveis da melancólica canção de Henry Mancini e Johnny Mercer. A música foi originalmente gravada em 1961, por Audrey Hepburn, que levou o Oscar por sua interpretação da música no filme Bonequinha de luxo. A música, delicada, foi escrita especialmente para o pequeno alcance vocal da atriz.
Sentimental journey
Foi lançada em 1945, com Doris Day nos vocais. Como coincidiu com o fim da Segunda Guerra Mundial, logo virou uma das canções não-oficiais da euforia que tomou conta dos Estados Unidos ao receber de volta seus veteranos. Sentimental journey teve várias regravações – novamente, Ringo Starr também fez uma versão, lançada em 1970, em álbum homônimo.
The Platters regravou com sucesso em 1963.
Serviço
The Platters
Onde: Teatro Guararapes
Quando: Sexta (03), 21h
Quanto: Plateia A filas AA/AO R$ 140 (inteira) e R$ 70 (meia); Plateia B filas BA/BT R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia).
Balcão filas CA/CJ R$ 100 (inteira) e R$50 (meia), à venda nas lojas Vagamundo e nas bilheterias do teatro.
Carolina Santos - Diario de Pernambuco
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