No Recife para shows,
sambista Alcione anuncia que ritmos nordestinos devem entrar no novo álbum
Em um quarto de hotel em Piedade, em Jaboatão
dos Guararapes, somos recebidos pela sorridente Maria Helena, produtora, irmã e
vocalista de apoio da banda de Alcione, que se apresenta nesta sexta e sábado,
no Manhattan Café Theatro, em Boa Viagem. Pelo jeito, simpatia parece ser um
bem de família. A Marrom nos cumprimenta afetuosamente.
“Nesse show, vou apresentar sucessos que as pessoas já conhecem, além de uma música nova que fará parte do meu novo disco de inéditas, Eterna alegria, que vai sair em junho. Vai ter um pouco de coisas mais pra cima e outras mais intimistas”, adianta a artista com mais de 40 anos de carreira. O álbum será formado, em sua maioria, por sambas, ritmos nordestinos, como o tambor de criola - típico do Maranhão, terra natal de Alcione - e poucas canções românticas.
Alcione não vem com a banda completa. A cantora diz que prepara seus repertórios com base no espaço físico que lhe é oferecido e, principalmente, no público. “Toquei recentemente na Feira de São Cristovão, no Rio de Janeiro, e, como lá quem frequenta mais são nordestinos, invisto muito em sambas, forró, boi do Maranhão. Tem que ter muita variedade, porque o povo (nordestino) gosta é disso!”, ressalta.
Devido a um passado dedicado ao estudo formal de música, Alcione é, talvez, um dos poucos artistas populares do país que sabe ler, solfejar e escrever partituras. Incentivada pelo pai, aprendeu a tocar instrumentos de sopro. “Até o fim do ano, devo tocar trompete em minhas apresentações. Estou me preparando pra isso”. As habilidades a ajudam a discutir com os músicos os arranjos das obras que interpreta. “Confio nos meus arranjadores. Mas sempre dou meus pitacos”, conta.
Ao relacionar cantores que gosta de ouvir, Alcione imprime certo prazer na fala e manda um energético “Eu GOSTO”, seguido pelos nomes de Zeca Pagodinho, Djavan, Maria Betânia, Rosa Passos, Gal Costa, Emílio Santiago. “Esse se foi com Deus e deixou um repertório maravilhoso para nós”. Entre os mais novos, cita Diogo Nogueira e o sanfoneiro e cantor pernambucano Cezinha. “Vou até participar da gravação do DVD dele (será no dia 10, no Recife). A impressão que eu tenho - e não costumo me enganar - é que Cezzinha ainda vai ser uma personalidade de destaque na música brasileira”, aposta.
Entre as suas leituras preferidas, livros espíritas, psicografados. “Também gosto de me informar sobre a umbanda, sobre a história do candomblé, sobre a espiritualidade em geral. Eu digo que sou espiritualista!”, comenta, indicando a intenção de não se fechar para uma doutrina em específico. Apesar de tantos anos de carreira, Alcione revela que ainda fica apreensiva antes de subir ao palco. “Sou uma pessoa ansiosa por natureza. Não vejo a hora de o show começar, fico pensando se vou conseguir ganhar aquele público que está lá me esperando. Fico sempre na expectativa e nenhuma noite é igual a outra!”.
Serviço
Alcione
Onde: Manhattan Café Theatro
Quando: sexta e sábado, às 22h
Ingressos: R$ 160 (individual para mesa a partir de quatro pessoas) e R$ 210 (individual)
Informações: 3325-3372
AD Luna - Diarios Assossiados
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