O quadro/sertão perde a chance de reluzir-se
Em sua essência; como o busco
Do miolo à envolvência
Apresenta-se esquálido
E, quando não fosco, fusco
No que seria luminescência
Flor de macambira; fruta de mandacaru
Seda envolta na aspereza dos espinhos
Imagens díspares que aclaram
E caracterizam o sertão
Clareza espessa; rígida leveza
Ainda com algo de lua
Por ser decantado
No entanto, o que se prolifera
É o que tritura a fibra dos anseios
Dos que se projetam na direção da luz
E se deterioram ante o contexto que dissecam
Sertão que se devora de dentro de si mesmo
E ostenta suas riquezas em luzes decompostas
Sertão de enigmas preciosos que se expõem a esmo
Sertão, de entranhas tristes entregues; e às trevas, expostas
Reino de inebriado culto e maledicente entrega ao marasmo
Onde os escusos se vendem e nos transformam
Em fantoches de alegorias impostas
Virgílio Siqueira
04.05.2013
Fonte: Facebook
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