FANTASMA DA VELHICE
Você
tá vendo esse velho
De
cabelo embranquecido
Os olhos quase fechados
O semblante entristecido
Respeite, seja educado
Que é um prédio do passado
Que está pra ser demolido.
Os olhos quase fechados
O semblante entristecido
Respeite, seja educado
Que é um prédio do passado
Que está pra ser demolido.
Estou
velho e esquecido
Da
soberba humanidade
Não posso alcançar o trote
Da fogosa mocidade
Mas tenho no meu interior
Quadros pintados de amor
Mágoa, tristeza e saudade.
Quem me ver, tenha bondade
Passe, não estacione
Que eu sou um obcecado
Atingido do ciclone
Por favor, não se atreva
Não pergunte, não escreva
Não chame, nem telefone.
Quero que o mundo ressone
Esquecido do meu eu
O meu tempo já passou
O meu prazo se venceu
O prédio trincou a base
Estou terminando a fase
Da vida que Deus me deu.
Não posso alcançar o trote
Da fogosa mocidade
Mas tenho no meu interior
Quadros pintados de amor
Mágoa, tristeza e saudade.
Quem me ver, tenha bondade
Passe, não estacione
Que eu sou um obcecado
Atingido do ciclone
Por favor, não se atreva
Não pergunte, não escreva
Não chame, nem telefone.
Quero que o mundo ressone
Esquecido do meu eu
O meu tempo já passou
O meu prazo se venceu
O prédio trincou a base
Estou terminando a fase
Da vida que Deus me deu.
A
velhice me envolveu
Com um
manto transparente
Quando olho no espelho
Me sinto tão diferente
Que passo a mão no meu rosto
Só pra ver se tenho o gosto
De ser outro em minha frente.
Mas é verdade, infelizmente
Tudo quanto eu observo
Cabisbaixo e pensativo
Humilhado eu me reservo
Em busca de um lugar oculto
Aonde escondo o meu vulto
E as mágoas que eu conservo.
Da tristeza? Sou um servo
Na minha choupana tosca
A velhice me alvejou
Acertou mesmo na mosca
Ferido e cambaleando
Eu vejo a vida chegando
No último fio da rosca.
Quando olho no espelho
Me sinto tão diferente
Que passo a mão no meu rosto
Só pra ver se tenho o gosto
De ser outro em minha frente.
Mas é verdade, infelizmente
Tudo quanto eu observo
Cabisbaixo e pensativo
Humilhado eu me reservo
Em busca de um lugar oculto
Aonde escondo o meu vulto
E as mágoas que eu conservo.
Da tristeza? Sou um servo
Na minha choupana tosca
A velhice me alvejou
Acertou mesmo na mosca
Ferido e cambaleando
Eu vejo a vida chegando
No último fio da rosca.
Na
minha choupana tosca
Ninguém
faz uma visita
Que a mocidade não gosta
Da casa que o velho habita
Fogem da minha guarida
Transformando a minha vida
Cada vez mais esquecida.
Minha personagem grita
Pedindo mais assistência
O meu sistema nervoso
Faz a sua interferência
Mas o tempo, esse impostor
É o único causador
Dessa minha decadência.
Diante a minha existência
Lutei para não perder
Minha doce mocidade
E comecei envelhecer
E o pintor da deformagem
Me pôs essa maquiagem
De ser palhaço sem ser.
Que a mocidade não gosta
Da casa que o velho habita
Fogem da minha guarida
Transformando a minha vida
Cada vez mais esquecida.
Minha personagem grita
Pedindo mais assistência
O meu sistema nervoso
Faz a sua interferência
Mas o tempo, esse impostor
É o único causador
Dessa minha decadência.
Diante a minha existência
Lutei para não perder
Minha doce mocidade
E comecei envelhecer
E o pintor da deformagem
Me pôs essa maquiagem
De ser palhaço sem ser.
Acho
que devia ter
Direito
a uma reforma
Mais lembrança, mais potência
Meu corpo voltar em forma
Que essa tal de decadência
É obra da Providência
Mas ninguém não se conforma
Pergunto, ninguém informa
Como foi que conseguiram
Tudo quanto eu achei bom,
Recolheram e consumiram
Eu fique só com o fardo
Do sentimento que guardo
Do mal que me destruíram,
Os meus colegas? fugiram
Como se foi minha infância
Ficaram longe de mim
Não deram fé da distância
Subiram pra classe alta
E lá não sentiram falta
Desta pequena importância.
Perdi a minha elegância
Minha presença aborrece
O povo passa por mim
Finge que não me conhece
Sem o meu porte fidalgo
Comigo acontece algo
Que só sabe quem padece.
Mais lembrança, mais potência
Meu corpo voltar em forma
Que essa tal de decadência
É obra da Providência
Mas ninguém não se conforma
Pergunto, ninguém informa
Como foi que conseguiram
Tudo quanto eu achei bom,
Recolheram e consumiram
Eu fique só com o fardo
Do sentimento que guardo
Do mal que me destruíram,
Os meus colegas? fugiram
Como se foi minha infância
Ficaram longe de mim
Não deram fé da distância
Subiram pra classe alta
E lá não sentiram falta
Desta pequena importância.
Perdi a minha elegância
Minha presença aborrece
O povo passa por mim
Finge que não me conhece
Sem o meu porte fidalgo
Comigo acontece algo
Que só sabe quem padece.
O
homem quando envelhece
Com os
moços não se une
E por casualidade
Na hora em que se reúne
Pobre do velho indefeso
É tratado com desprezo
Um caso que fica impune.
Nossa existência reúne
Quatro “fase” em sua empresa
Primeira é a nossa infância
De inocência e beleza
Segundo é a mocidade
Três, velhice com saudade
Quarta é morte sem defesa.
Nossa vida é a princesa
Embalada pelo sono
Na mocidade ela impera
Na velhice perde o trono
Se despede do reinado
Vai chorar pelo passado
No museu do abandono.
Nosso sangue? É o carbono
Fica entre a carne e o couro
Quem tocar nele se suja
Com tinta que vale ouro
Mas depois que o sangue coalha
É morte certa é mortalha
Cova, enterro, reza e choro.
E por casualidade
Na hora em que se reúne
Pobre do velho indefeso
É tratado com desprezo
Um caso que fica impune.
Nossa existência reúne
Quatro “fase” em sua empresa
Primeira é a nossa infância
De inocência e beleza
Segundo é a mocidade
Três, velhice com saudade
Quarta é morte sem defesa.
Nossa vida é a princesa
Embalada pelo sono
Na mocidade ela impera
Na velhice perde o trono
Se despede do reinado
Vai chorar pelo passado
No museu do abandono.
Nosso sangue? É o carbono
Fica entre a carne e o couro
Quem tocar nele se suja
Com tinta que vale ouro
Mas depois que o sangue coalha
É morte certa é mortalha
Cova, enterro, reza e choro.
Falar
em morte é agouro
Pra
quem está na meiguice
Quem nunca pensar que vai
Ser preso pela velhice
Numa cadeia tristonha
Que o prazer é quando sonha
Brincando na meninice.
Quem nunca pensar que vai
Ser preso pela velhice
Numa cadeia tristonha
Que o prazer é quando sonha
Brincando na meninice.
O
fantasma da velhice
Todo
dia me aborrece
Dizendo que a morte solta
Noite e dia permanece
Vai matar o conterrâneo
Amigo e contemporâneo
E brevemente aparece.
Dizendo que a morte solta
Noite e dia permanece
Vai matar o conterrâneo
Amigo e contemporâneo
E brevemente aparece.
Sei
que esse dia acontece
Do mundo eu perco as estimas
Ficará alguém falando
Nas minhas pequenas rimas
O resto o tempo consome
E assim termina o “home”
Que meu pai chamou de DIMAS.
Ficará alguém falando
Nas minhas pequenas rimas
O resto o tempo consome
E assim termina o “home”
Que meu pai chamou de DIMAS.
Dimas Bibiu (Poeta de Mundo Novo)
Fonte: Poeta Pajeuzeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário