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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 7 de maio de 2013

A poesia de Dimas Bibiu, "Fantasma da velhice"


FANTASMA DA VELHICE

Você tá vendo esse velho
De cabelo embranquecido
Os olhos quase fechados
O semblante entristecido
Respeite, seja educado
Que é um prédio do passado
Que está pra ser demolido.

Estou velho e esquecido
Da soberba humanidade
Não posso alcançar o trote
Da fogosa mocidade
Mas tenho no meu interior
Quadros pintados de amor
Mágoa, tristeza e saudade.

Quem me ver, tenha bondade
Passe, não estacione
Que eu sou um obcecado
Atingido do ciclone
Por favor, não se atreva
Não pergunte, não escreva
Não chame, nem telefone.

Quero que o mundo ressone
Esquecido do meu eu
O meu tempo já passou
O meu prazo se venceu
O prédio trincou a base
Estou terminando a fase
Da vida que Deus me deu.

A velhice me envolveu
Com um manto transparente
Quando olho no espelho
Me sinto tão diferente
Que passo a mão no meu rosto
Só pra ver se tenho o gosto
De ser outro em minha frente.

Mas é verdade, infelizmente
Tudo quanto eu observo
Cabisbaixo e pensativo
Humilhado eu me reservo
Em busca de um lugar oculto
Aonde escondo o meu vulto
E as mágoas que eu conservo.


 Da tristeza? Sou um servo
Na minha choupana tosca
A velhice me alvejou
Acertou mesmo na mosca
Ferido e cambaleando
Eu vejo a vida chegando
No último fio da rosca.

Na minha choupana tosca
Ninguém faz uma visita
Que a mocidade não gosta
Da casa que o velho habita
Fogem da minha guarida
Transformando a minha vida
Cada vez mais esquecida.

Minha personagem grita
Pedindo mais assistência
O meu sistema nervoso
Faz a sua interferência
Mas o tempo, esse impostor
É o único causador
Dessa minha decadência.

Diante a minha existência
Lutei para não perder
Minha doce mocidade
E comecei envelhecer
E o pintor da deformagem
Me pôs essa maquiagem
De ser palhaço sem ser.

Acho que devia ter
Direito a uma reforma
Mais lembrança, mais potência
Meu corpo voltar em forma
Que essa tal de decadência
É obra da Providência
Mas ninguém não se conforma

Pergunto, ninguém informa
Como foi que conseguiram
Tudo quanto eu achei bom,
Recolheram e consumiram
Eu fique só com o fardo
Do sentimento que guardo
Do mal que me destruíram,

Os meus colegas? fugiram
Como se foi minha infância
Ficaram longe de mim
Não deram fé da distância
Subiram pra classe alta
E lá não sentiram falta
Desta pequena importância.

Perdi a minha elegância
Minha presença aborrece
O povo passa por mim
Finge que não me conhece
Sem o meu porte fidalgo
Comigo acontece algo
Que só sabe quem padece.

O homem quando envelhece
Com os moços não se une
E por casualidade
Na hora em que se reúne
Pobre do velho indefeso
É tratado com desprezo
Um caso que fica impune.

Nossa existência reúne
Quatro “fase” em sua empresa
Primeira é a nossa infância
De inocência e beleza
Segundo é a mocidade
Três, velhice com saudade
Quarta é morte sem defesa.

Nossa vida é a princesa
Embalada pelo sono
Na mocidade ela impera
Na velhice perde o trono
Se despede do reinado
Vai chorar pelo passado
No museu do abandono.

Nosso sangue? É o carbono
Fica entre a carne e o couro
Quem tocar nele se suja
Com tinta que vale ouro
Mas depois que o sangue coalha
É morte certa é mortalha
Cova, enterro, reza e choro.

Falar em morte é agouro
Pra quem está na meiguice
Quem nunca pensar que vai
Ser preso pela velhice
Numa cadeia tristonha
Que o prazer é quando sonha
Brincando na meninice.

O fantasma da velhice
Todo dia me aborrece
Dizendo que a morte solta
Noite e dia permanece
Vai matar o conterrâneo
Amigo e contemporâneo
E brevemente aparece.

Sei que esse dia acontece
Do mundo eu perco as estimas
Ficará alguém falando
Nas minhas pequenas rimas
O resto o tempo consome
E assim termina o “home”
Que meu pai chamou de DIMAS.

Dimas Bibiu (Poeta de Mundo Novo)


Fonte: Poeta Pajeuzeiro

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