Tom
Zé, o príncipe que virou sapo, defende-se no Tribunal do Feicebuqui. E Tribunal
do Feicebuquinome dá nome ao seu próximo disco, segundo volume da série
Imprensa cantada, iniciada há dez anos, com um CD em que questiona a censura, e
comenta o epísódio das vaias num show de João Gilberto (Vaia de bêbado não
vale). Desta vez, ele imortaliza em disco, os ataques, em voláteis posts
no Facebook, que sofreu de internautas por ter participado, como narrador de um
comercial da Coca-Cola, em março deste ano.
“Nasceu aos 22 dias do mês de abril, sob o signo de
In-Touro-Net, o filho do coca-colismo espermatizado pelos amigos do Tom Zé”,
anuncia o filho dileto de Irará (BA), o nascimento de Tribunal do Feicebuqui.
Parto que teve como parteira Neusa Martins, como padrinhos Daniel Maia,
Emicida, Filarmônica de Pasárgada, Tatá Aeroplano, O Terno e Trupe Chá de
Boldo.
Cinco das músicas do disco, que se promete será
lançado fisicamente foram liberada para download gratuito (no site do cantor (tomze-com.br). Tribunal do
Feicebuqui (Marcelo Segreto/Gustavo Galo/Tatá Aeroplano/Emicida), Zé a zero
(Tom Zé/Marcelo Segreto/Tim Bernardes), Tai ((Joubert de Carvalho/Tom
Zé/Marcelo Segreto), Papa Francisco perdoa Tom Zé (Tim Bernardes), e Irará
iralá (Tom Zé).
Tai (pra você gostar de mim), marchinha que Joubert
de Carvalho fez para Carmem Miranda, que a gravou em 1930, tem a ver com a
polêmica. já que o sucesso da cantora nos Estados Unidos, levou os fãs
brasileiros a acusarem a cantora de ter se tornado americanizada. Mais ou menos
o que levou os internautas a criticarem Tom Zé em post no Facebook.
Na letra de Tribunal do Feicebuqui, Tom Zé
defende-se de acusações semelhantes, ironizando: “Vendido, vendido, vendido/a
preço de banana Já não olha mais pro samba/tá estudando propaganda/que
decepção/traidor, mudou de lado/corrompido, mentiroso/seu sorriso
engarrafado/mão ouço mais, eu não gostei do papo/pra mim é o príncipe que virou
sapo/onde já se viu? Refrigerante!/e agora é a Madalena arrependida com
conservantes”.
Baiano de não levar desaforo pra casa, Tom Zé não
deixou sem respostas as acusações de vendidos, que se disseminaram na rede
social Facebook, pela sua participação num comercial do refrigerante, que já
foi chamado, nos anos 60, de “a água negra do imperialismo”. Revidou com posts
em seu blog. Em 8 de março ele escreveu: “Quando o anúncio saiu na TV, imaginei
que até as opiniões contrárias eram uma espécie de comemoração por eu aparecer
com status de locutor de uma propaganda grande. Mas agora, quando perco o sono
por causa do assunto... não, agora eu estou preocupado”. Felizmente se
preocupou. A críticas dos feicebuquianos, rendeu mais uma série de impagáveis
canções do mais irrequieto dos artistas da música brasileira.
José Teles
JC
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