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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Poesia: Tormento de um cavalo, por Gilmar Leite

Este cavalo foi fotografado no cariri paraibano, nas imediações da fazenda Serrote Agudo, lugar imortalizado na composição de Zé Marcolino e na voz de Luiz Gonzaga. O que chamou atenção, além da magreza, foi o desespero cambaleante do cavalo para comer alguns talos de capim quase secos.

Tormento de um Cavalo

Quantas vezes correstes livremente
Nas campinas florida do sertão
Conduzindo o vaqueiro com gibão
Num galope feliz e velozmente.
Os teus cascos trinavam reluzente
Na caatinga, grotão e pradaria,
Pra depois descansar na calmaria,
Sob a sombra dum velho juazeiro
Escutando o cantar doce e maneiro
Do concriz dando adeus ao fim do dia.

Muitas vezes vencestes as distâncias
Dando trotes sutis, bem coordenados,
E pastastes nos campos orvalhados
Vendo as águas pulsando em ressonâncias,
Teus galopes mostravam elegâncias
Conduzindo com porte algum vaqueiro
Perpassando a jurema e o marmeleiro
Sem temer da caatinga algum perigo
Protegendo no lombo o teu amigo
No trabalho mostravas ser parceiro.

Pelos campos tangestes mil boiadas
Sempre atento à fuga do novilho
Escutando o aboio como um trilho
E vencendo as estradas alagadas.
Hoje a seca, com garras afiadas,
Faz teu corpo sofre desnutrição
O fantasma da fome com agressão
Diminui o viver, rouba a esperança,
Qualquer passo teu corpo logo cansa
Numa cena repleta de aflição.

Sempre em vão a procura do alimento
Muito mal tu consegues caminhar
Pois parece que o corpo vai tombar
Num viver tão repleto de tormento.
O teu corpo revela o sofrimento
Nas agruras da fome causticante
A passada te faz cambaleante
Demonstrando decrépita magreza
Pois a morte parece ser certeza
Sobre um corpo que já foi elegante.

Gilmar Leite
Blog Águas do Pajeú

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