quinta-feira, 4 de abril de 2013

MÚSICA: Volta às origens » Percussionistas pernambucanos do Bongar embarcam para Cabo Verde, na África

Grupo de percussionistas pernambucanos, Bongar parte para turnê na África. Pela frente, apresentações culturais e troca de experiências com músicos e outros artistas locais (Beto Figueiroa/Santo Lima)
Com doze anos de estrada, o grupo de percussão e voz Bongar já fez quatro excursões à Europa, disseminando a cultura popular pernambucana. Nenhuma viagem, porém, está sendo tão aguardada quanto a que faz nesta quinta-feira. São apenas três horas e meia dentro do avião, em um voo direto de Fortaleza a Cabo Verde, mas há toda uma simbologia por trás: é a primeira vez que o grupo vai se apresentar na África. Ainda não é a África sonhada dos antecedentes do povo xambá, mas já é um passo. “É muito difícil para um grupo da periferia, vindo de um terreiro e formado por negros, ir tocar fora do país”, conta Guitinho de Xambá, compositor do Bongar.


O show em Cabo Verde é um dos primeiros frutos que o Bongar está colhendo da participação no Porto Musical deste ano. Na apresentação que fizeram em fevereiro, na Praça do Arsenal, chamaram a atenção do ministro da Cultura cabo-verdiano, o músico e escritor Mario Lúcio Sousa - “ele é o Gilberto Gil de lá”, compara Guitinho - que convidou o grupo para a primeira edição da Atlantic Music Export (Ame), entre os dias 8 e 10 de abril, na Cidade da Praia. O Ame já nasce com uma cooperação com a Womex, a maior feira de música étnica do mundo, e que também é um dos objetivos do ano para o Bongar. 


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Além do show no festival, os seis integrantes do Bongar planejam conhecer a música local e fazer um intercâmbio com artistas de percussão de Cabo Verde. “Sempre tivemos muita admiração por artistas cabo-verdianos, como Cesaria Évora, Lura e Mayra Andrade, que conhecemos no ano passado, quando ela veio para o carnaval”, diz Guitinho. “Vi na internet um grupo de ‘tamboreteras’, que são mulheres negras, idosas, que tocam tambores com cobertura de pano. Estou supercurioso e quero encontrá-las para aprender e tocar junto”, diz Guitinho

Carolina Santos - Diario de Pernambuco

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