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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

MÚSICA: Guadalupe conta sua história com Dominguinhos

Na véspera de viajar para Exu, a fim de participar das comemorações pelo centenário de Luiz Gonzaga, Dominguinhos foi tomado de uma imensa angústia. Estava debilitado, depois de mais uma sessão de quimioterapia. Estava chorando quando chamou a mulher, a cantora Guadalupe, para conversar. Ela lhe disse que ele podia celebrar Luiz Gonzaga no show que aconteceria no Parque Dona Lindu, não precisava fazer a cansativa viagem ao sertão, de carro, já que Dominguinhos, há anos, não viaja de avião: “Eu disse que ele não podia ir. Ele teimou e foi dois dias antes, como se temesse ficar impossibilitado de ir. Acho que ele sabia que ia ter consequência. Porém criaram muita expectativa em torno dele, como principal herdeiro de Luiz Gonzaga. Ele pagou pra ver, e o preço foi alto”.  O comentário é da cantora Guadalupe Mendonça, que convive com Dominguinhos há 37 anos., e com quem teve a também cantora Liv Moraes. Ela e Dominguinhos casaram-se, se se separaram, mas amizade continuou. Ela e a filha acompanham o drama do artista muito antes de se tornar público que ele estava acometido de um câncer no pulmão: “Diziam que ele não duraria seis meses, e já se passaram seis meses. A gente, eu e Liv, acompanhava, monitorando de longe. Quando viajava, eles ligava pelo menos quatro vezes por dia. Mas não tem sido fácil. Passei a tomar antidepressivo”, revela Guadalupe.


Seu relacionamento com Dominguinhos é um capítulo longo, e pouco conhecido, da vida dele. Os dois se conheceram no Rio, no final dos anos 70, mas Guadalupe confessa que se apaixonou por Dominguinhos a primeira vez que o viu no palco, num show de Nara Leão: “Eu estava prestes a sair do Brasil, tinha sido contratada por um produtor inglês para dançar no Molin Rouge, em Paris. Mas quando começou o show, uma das músicas foi Folhetim, que não havia ainda sido gravada, comecei a chorar. Comecei a me dizer que não podia sair do Brasil, que precisava daquilo. Quando terminou o show sai correndo feito uma louca para o camarim. Queria falar com. Pedi para me apresentaram o sanfoneiro”.
A facilidade de chegar ao camarim, porque ele foi com o tio, o ator Luiz Mendonça, e quem produzia o show era o pernambucano Wellington Lima, na época casado com Xuruca Pacheco, prima de Guadalupe. A primeira vez que ela viu Dominguinhos foi em Fazenda Nova, ainda adolescente. Ele tinha ido participar do primeiro festival de verão que aconteceu no teatro ao ar livre˜. Dominguinhos na época tocava com Gal Costa: “Os melhores momentos da minha vida aconteceram em Fazenda Nova. Comecei a fazer a Paixão de Cristo com quatro anos de idade”, conta Guadalupe. Foi o avô dela, Epaminondas Mendonça, líder político da região, que iniciou, com sua mulher, Sebastiana Mendonça, a Paixão de Cristo, em 1951. O filho dele, Luiz Mendonça, foi o primeiro Cristo na encenação do drama sacro.
Mesmo com antecedentes na família, o pai de Guadalupe, o deputado Paulo Lucena de Mendonça, proibiu a filha de seguir a carreira artística: “Sofri violência doméstica. Meu pai me proibia de pensar, de viver”, confessa Guadalupe. Mas não adiantou. No Recife, ela começou a participar de programas no Canal 2 (atual TV Jornal). Quando se tornou impossível continuar cantando, pelas imposições do pai, Guadalupe conta que, com 18 anos, fugiu para São Paulo: “Conheci Marcio Fasano, quando ele veio ao Recife com a peça Computa, computador, computa de Millor Fernandes. Fiquei hospedada na casa dos avós dele em São Paulo. Trabalhei como modelo, participei do musical Onde canta o sabiá, com direção de Tânia Alves”, conta Guadalupe. Tânia Alves participou do grupo Chegança, de Luiz Mendonça. 

José Teles

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